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Uso de cães de rua em experimentos na UFV gera protestos

Cães são usados para experimentos pelo departamento de Veterinária da Universidade Federal de Viçosa e depois são sacrificados

Uso de cães de rua em experimentos na UFV gera protestos
Notícias ao Minuto Brasil

21:10 - 16/10/15 por Notícias ao Minuto Brasil

Brasil Minas Gerais

O departamento de Veterinária da Universidade Federal de Viçosa, na Zona da Mata, utiliza animais em seus experimentos. De acordo com o jornal O Tempo, cerca de 20 cães que estavam abrigados no canil municipal, foram encaminhados ao departamento, onde são submetidos a agentes infecciosos, para teste de terapias. Após os experimentos, que tem duração de dois meses, os animais serão sacrificados.

Essa situação fez com que ativistas e protetores de animais protestassem nessa quinta-feira (15).

A Sociedade Viçosense de Proteção aos Animais (Sovipa) esclarece que, devido a um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado pela prefeitura de Viçosa e pela UFV perante o Ministério Público Federal, apenas os animais gravemente doentes e sem expectativa de vida poderiam ser usados nos experimentos.

Já os animais saudáveis são tratados por entidades de proteção e pela própria Sovipa. Posteriormente, eles são encaminhados para adoção.

Em junho deste ano foi nomeada uma comissão para coordenar o canil, composta por professores do departamento de Veterinária e por veterinários da prefeitura.

“Mas desde que essa comissão assumiu a coordenação, a entrada de veterinários no local foi proibida, assim como as nossas campanhas de doações, de vacinação. Por exemplo, tínhamos conseguido uma boa doações de vacinas, mas não pudemos entrar para tratar os animais e acabamos perdendo todas”, conta uma voluntária da Sovipa.

Segundo o jornal, há cerca de duas semanas, a comissão liberou 20 cães saudáveis do canil para serem utilizados pelo departamento de veterinária em um experimento tido como cruel pelos ativistas. Os animais estão sendo submetidos a uma doença que eles não tinham, chamada displasia coxofemoral, para que sejam utilizados como cobaias no estudo sobre ela. Ao final de dois meses, todos serão sacrificados.

“Eu reafirmo que estes animais estavam saudáveis. E essa doença atinge só animais de raças específicas e todos estes cães são vira-latas. A comissão alega que os animais eram velhos ou agressivos, mas não é verdade. Todos estes cães têm aproximadamente 2 anos. E quando eles falam sobre cães agressivos, se referem a apenas alguns animais que corriam atrás de motos no campus, mas que nunca atacaram ninguém. Eles são super mansos, nunca fizeram nenhum mal a seres humano”, explica.

Ainda de acordo com a publicação, a Sovipa afirmou que a “briga” não é pela legalidade ou não do uso de animais nos experimentos, mas pelo descumprimento do TAC. “Depois que fomos impedidos de entrar no canil apareceram pessoas interessadas em adotar dois cães que estão lá. Um voluntário, inclusive, foi lá pessoalmente adotar um dos animais e foi proibido. A prioridade era que estes animais fossem encaminhados para adoção e não para as experiências. Não nos deram nem a oportunidade de trabalhar nisso, de fazer a campanha de adoção”, relata a voluntária.

Protesto

Nessa quinta-feira (15), protetores dos animais se uniram em um protesto pacífico na universidade. Eles levaram cartazes com as fotos e os nomes dos cachorros que foram levados do canil. “Tivemos apoio do movimento estudantil neste ato em tentativa de mostrar para a comunidade acadêmica e a sociedade de Viçosa o que está acontecendo. Vamos fazer pressão mesmo para que a direção da universidade repense essa postura”, conta Francisco Duarte, voluntário da Sovipa e aluno da UFV.

“O uso dos animais na pesquisa foi aprovado pelo comitê de ética da universidade, mas este comitê é muito homogêneo. Formado por biólogos e pessoas que tem mais esse pensamento de priorizar a ciência. Nós, por exemplo, da Sovipa, temos apenas uma cadeira no comitê que destoa dessa filosofia homogênea”, acrescenta.

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