PM usa bombas para dispersar público na Vila Madalena
A confusão começou por volta de 2 horas, se espalhou pelas Ruas Belmiro Braga, Horácio Lane e Inácio Pereira da Rocha e terminou às 3 horas. O público era formado principalmente por jovens
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Brasil Blocos
A Polícia Militar usou bombas de efeito moral para dispersar o público da Vila Madalena, na madrugada deste sábado, 30, antes mesmo de o carnaval de rua oficial começar em São Paulo. A confusão começou por volta de 2 horas, se espalhou pelas Ruas Belmiro Braga, Horácio Lane e Inácio Pereira da Rocha e terminou às 3 horas. O público era formado principalmente por jovens.
"A gente escutou barulho de bomba, e o dono e a dona do bar onde estávamos na Rua Horácio Lane subiram na laje e pediram para a gente descer para evitar o efeito das bombas. Estava tudo bem. Não tinha fumaça", contou o psicólogo Kauê Freitas, de 26 anos. Eles temiam bombas de gás lacrimogêneo.
Os policiais enfileirados formaram bloqueios nas ruas do bairro para impedir que os frequentadores voltassem para a região onde ficam concentrados bares, como as Ruas Aspicuelta, Fidalga e Wisard. Freitas relata que em um posto de combustíveis na Rua Inácio Pereira da Rocha havia uma fileira de motocicletas da Rocam. "A rua foi esvaziada totalmente", disse.
A estudante de Fotografia Martha Salomão de Moraes, de 20 anos, contou que um bloqueio formado por PMs na Rua Aspicuelta com a Fradique Coutinho complicou a volta para casa, a poucas quadras da Vila Madalena, em Pinheiros. "Os policiais começaram a avisar que teria toque de recolher, começaram a fechar as ruas. Meu amigo mora na Rua Fradique Coutinho e não conseguíamos chegar até a casa dele", contou.
Segundo a jovem, por volta de 0h30, a PM impedia o deslocamento com garrafas. "Os policiais começaram a barrar todo mundo e não tinha por onde sair. A única saída era apenas no sentido da Rua Teodoro Sampaio. Não tinha como volta para a Vila", disse Martha. "Os policiais foram tranquilos, mas não deixavam passar de jeito nenhum."
Um morador da Vila Madalena, que não quis se identificar, apoiou a ação da Polícia Militar. "A PM tem de agir. Não tem outro jeito. Caso contrário, o pessoal não vai embora", afirmou. "Tudo isso aconteceu sem que o carnaval tivesse começado de fato, o que nos preocupa muito."
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) foi procurada pela reportagem às 10h57 deste sábado (30) e ate as 14h20 não havia respondido quantos policiais participaram da operação, quantas bombas de efeito moral foram usadas nem se foi registrada alguma ocorrência na região.