Justiça nega pedido de Cunha e mantém investigação no imposto de renda
"Quem não deve não teme", escreveu o juiz Pedro Pereira Pimenta, de Belo Horizonte, ao determinar que a investigação prossiga
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A Justiça negou pedido do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para que fosse suspensa uma fiscalização da Receita Federal sobre suas declarações de imposto de renda. "Quem não deve não teme", escreveu o juiz Pedro Pereira Pimenta, de Belo Horizonte, ao determinar que a investigação prossiga.
Na sentença, o magistrado diz que o procedimento fiscal será "oportunidade e espaço do exercício de ampla defesa e do contraditório" para que Cunha possa "comprovar sua retidão fiscal e afastar de vez, se for o caso, as graves suspeitas que lhe pesam sobre os ombros". E cita a Bíblia: "A quem muito é dado, muito será exigido e a quem muito foi confiado, muito mais será pedido".
O jornal Folha de S. Paulo recorda que em julho, o próprio Cunha divulgou que estava sob fiscalização. Na ocasião, acusou a Receita de agir para constrangê-lo a se posicionar a favor do governo.
De acordo com a publicação, parlamentares próximos à Michel Temer (PMDB-SP) disseram para Geraldo Alckmin (PSDB-SP) que o vice estaria disposto a cumprir mandato tampão se assumir a Presidência da República no caso de impeachment de Dilma Rousseff. Não concorreria à reeleição em 2018, deixando, assim, o caminho livre para outros candidatos, como o governador paulista.
Segundo o jornal, Alckmin revelou a interlocutores que não acreditou muito no que ouviu.
Já os parlamentares e dirigentes do PT se dividiram entre duas hipóteses, que serão debatidas hoje em São Paulo: tentar acordo com Eduardo Cunha até a última hora para tentar barrar a discussão do impeachment na Câmara - ou partir de vez para o ataque a ele, pedindo a cassação do parlamentar.
Destaca a publicação que ima das possibilidades de acordo seria apresentar requerimento questionando o próprio presidente da Câmara sobre o rito adotado por ele para analisar os pedidos de impeachment. Cunha remeteria então o questionamento à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), dando tempo para o governo reorganizar sua base no parlamento.