STF vai averiguar se Dilma tentou obstruir a Justiça
O mais provável é que processo relativo ao ex-presidente Lula volte para o Juiz Sérgio Moro em Curitiba
© Agência Brasil
Política Decisão
A reclamação que resultou na
decisão do ministro
Teori
Zavascki
de levar para o Supremo Tribunal Federal o processo do ex-presidente Lula que estava em Curitiba com o Juiz Sérgio Moro
pode ter duas
consequências:
Existem duas possibilidades para que a
decisão do ministro
Teori
Zavascki
de levar para o Supremo Tribunal Federal o processo do ex-presidente Lula que estava em Curitiba com o Juiz Sérgio Moro: a presidente Dilma está de alguma forma envolvida em uma tentativa de obstrução de Justiça, ou vai dizer que há razão para abrir inquérito.
Segundo o colunista
Merval
Pereira, do jornal O Globo, nas duas hipóteses, o mais provável é que processo relativo ao ex-presidente Lula volte para o Juiz Sérgio Moro em Curitiba. Em relação ao
primeiro caso, o ministro
Teori
Zavascki
analisará se há necessidade de manter o resto da investigação no Supremo.
Essa ação não tem relação
com os mandados de segurança contra a posse de Lula no ministério, que já foi objeto da decisão do ministro Gilmar Mendes.
Zavascki, relator da Operação Lava
Jato no Supremo Tribunal Federal, respondendo a uma reclamação dos advogados do ex-presidente Lula, disse na manhã desta quarta-feira (23), ao presidente do Supremo Ricardo
Lewandowski,
que acredita que Mendes é um
juiz competente para decidir sobre os mandados de segurança contra a posse de Lula no ministério do governo federal.
Havia
vários inquéritos envolvendo o ex-presidente Lula, em
curso no Paraná
e,
no âmbito desses inquéritos foi decretada a quebra do sigilo telefônico, e captadas várias conversas. Algumas delas
envolviam a presidente da República, uma onde
ao
que parece
a
petista
tentou obstruir a Justiça, impedindo essas investigações.
Ainda segundo o colunista, o
que deveria ter acontecido
seria que,
independentemente de se tratar da nomeação do ex-presidente Lula para o ministério, o fato de ter
ocorrido
uma possível tentativa de obstrução da Justiça por parte da
líder política,
automaticamente
deveria ter-se levado
à imediata remessa dos autos para o Supremo Tribunal Federal.
Como houve a autorização de divulgação, o ministro
Teori
Zavascki
recebeu uma reclamação da presidente Dilma
Rousseff, através da Advocacia-Geral da União (AGU), alegando que ela tem prerrogativa de foro.
A decisão dele foi tomada em duas
frentes:
1 –
Enviar
tudo para o STF, como
outras vezes, e o Supremo
irá, ouvindo o Ministério Público, dizer se a presidente obstruiu ou não, se é caso de abrir um inquérito contra a presidente.
Tal decisão
s´p
pode ser dita pelo Procurador-Geral da República Rodrigo
Janot. Se ele disser que
nada
aconteceu,
o ministro
Zavascki
deve encaminhar
tudo de volta imediatamente para o Juiz Sérgio Moro.
2 –
Zavascki
mandou
ainda
sustar imediatamente a divulgação desses áudios, restabelecendo o sigilo, embora reconhecendo que a esta altura
não há
muito
o que fazer.
Antes que a
decisão
ocorra, qualquer investigação que seja necessária, que não possa ser adiada, será feita pelo Supremo.
É provável que
a decisão final do STF seja mantida,
separar os que têm foro privilegiado.
Em
casos
de exceção,
o Supremo manteve o processo de quem não tinha foro privilegiado, como num envolvendo o deputado Eduardo Cunha, quando se decidiu manter uma
prefeita.
Em
sua
decisão, o
ministro
Teori
Zavascki
comentou
a incompetência do Juiz Moro para abrir o sigilo por que tinha que decidir sobre
iss, entretanto,
o magistrado
não analisará essa questão neste caso específico. O Supremo ainda
decidirá
se a prova é válida ou se pode ser anulada,
ao verificar
a decisão sobre os mandados de segurança sustando a posse de Lula como ministro.
Merval
assinalda
que, nos bastidores do Supremo
há o temor de que a própria União
seja
responsabilizada por eventuais vazamentos.