© Divulgação
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O humorista Marcelo Madureira foi expulso de um carro de som após fazer críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PSL). Madureira falava durante protesto contra o projeto que endurece punições para situações de abuso de autoridade, realizado neste domingo (25), em Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro.
PUB
Ele reclamou de um suposto acordo com o ministro do STF Gilmar Mendes para paralisar a Lava Jato. "Não tenho medo de vaias. Votei no Bolsonaro e vou criticar todas as vezes que for necessário", disse ele, em discurso. "Como justificar uma aliança do Jair Bolsonaro com o Gilmar Mendes para acabar com a Operação Lava Jato? É isso que está acontecendo."
O discurso foi interrompido aos gritos de "fora" e "desce daí". O humorista foi escoltado pela Polícia Militar até entrar em um táxi.
Numa rede social, Madureira disse que "voto não é cheque em branco" e criticou outras medidas de Bolsonaro, como a interferência na Polícia Federal e o discurso sobre a área ambiental. "Uma meia dúzia de pessoas que não sabem o que é democracia acham que me intimidam. Eu Rio disso", afirmou.
Ao menos 19 estados e o Distrito Federal realizaram neste domingo manifestações contra o projeto de lei contra abuso de autoridade, que foi aprovado pelo Congresso e aguarda sanção do presidente Bolsonaro.Foram registrados atos em todas as regiões do país. No Sudeste, ocorreram em São Paulo, Rio, Minas Gerais e Espírito Santo. No Sul, houve manifestações no Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, enquanto no Centro-Oeste os atos foram realizados em Goiás e no Distrito Federal.
Já no Nordeste, houve manifestações em Pernambuco, Paraíba, Piauí, Bahia, Maranhão, Rio Grande do Norte, Sergipe e Alagoas. No Norte, Pará, Amazonas e Tocantins sediaram protestos.
Em São Paulo, o ato na avenida Paulista, no centro da cidade, contou com um boneco gigante do ex-juiz Sergio Moro (atual ministro da Justiça) com a frase "Mexeu com o Moro, mexeu com o povo brasileiro".No último dia 14, a Câmara aprovou projeto que torna mais rígidas as punições para agentes públicos, como juízes e promotores, que cometam abuso de autoridade.
A proposta é alvo de polêmicas. De um lado, procuradores, juízes e policiais afirmam que pode abrir margem para punir quem combate o crime organizado e a corrupção. De outro, advogados e entidades de defesa dos direitos humanos argumentam que o projeto evita abusos e não pune quem age corretamente.