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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Com o retorno dos americanos do feriado, a Bolsa argentina voltou a cair nesta terça-feira (3). O índice Merval recuou 11,90% e foi para o pior patamar em dois anos.
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Na segunda (2), o índice teve alta de 6,45%, em um movimento majoritariamente doméstico, já que Wall Street esteve fechada devido ao dia do trabalho americano.
O peso, por outro lado, segue em recuperação frente ao dólar, depois que o governo de Maurício Macri impôs duras restrições a movimentações com a moeda americana.
Depois de recuar 5,85% na segunda (2), a moeda americana caiu 1% em relação ao peso argentino e foi para 55,35 pesos por dólar, menor patamar em uma semana. Segundo operadores, a queda foi impulsionada pela venda de dólares a vista pelo banco central argentino.
No domingo (1º), o governo anunciou medidas restritivas ao acesso a dólares para pessoas físicas, com o teto de US$ 10 mil por mês, e determinou que o acesso a dólares, metais e transferências ao exterior sejam feitos apenas com autorização prévia do banco central. Na sexta (30), foi determinado que bancos remeterem resultados ao exterior.
O maior temor do governo era que as pessoas sacassem pesos e comprassem dólares para se proteger, numa estratégia maciça de busca de proteção. Isso poderia desencadear uma pressão adicional nas cotações e empurrar o país para a hiperinflação. Com a alta de preços rodando 54% ao ano, a palavra voltou aos debates econômicos.
Contudo, a ação de Macri de impor controles cambiais -abolidos por ele quando assumiu o poder em 2015, na linha de suas credenciais de defensor do mercado livre- poderia prejudicar o status de "mercado emergente" do país, segundo o MSCI.
A entidade que fornece índice de ações informou na segunda que a mudança para restringir a movimentação de capital pode causar "deterioração material da acessibilidade ao mercado de ações" e levar à "reclassificação do índice MSCI da Argentina para o status de 'standalone' -não incluído nem nos índices de mercados emergentes nem nos de mercados 'frontier'".
Qualquer reclassificação da Argentina nos índices, amplamente acompanhados pelo mercado, exigiria primeiro uma consulta pública do MSCI.