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O avião que fez pouso forçado com os apresentadores da TV Globo Luciano Huck e Angélica, em maio de 2015, em Mato Grosso do Sul, voava com uma peça importante do sistema de abastecimento instalada de forma invertida. A falha fez um dos motores parar no ar, obrigando o piloto a um pouso de emergência. A avaria foi constatada no inquérito conduzido pela delegada Ana Cláudia Medina, da Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado (Deco), da Polícia Civil do Estado.
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No voo, também estavam a bordo os três filhos do casal, duas babás, o piloto e o copiloto. Todos sofreram apenas escoriações leves. Segundo a delegada, o capacitor que informa o nível do combustível do avião estava invertido, sujeitando o piloto a erro na avaliação da autonomia de voo.
A falha na instalação da peça consta do relatório do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão da Aeronáutica responsável por apurar esses casos. Na aeronave, além dos apresentadores, estavam os três filhos do casal, duas babás e dois pilotos. O piloto Osmar Fratini, que pilotava o avião, deve prestar novo depoimento à polícia.
Conforme a delegada, o inquérito ainda não está concluído. Ela avalia a possibilidade de fazer uma reprodução simulada dos acontecimentos que resultaram no pouso forçado usando um avião semelhante. A aeronave havia passado por manutenção antes de decolar. Os mecânicos que realizaram a inspeção serão chamados para explicar a falha na manutenção. A empresa que estava homologada para o serviço fechou.
Pane seca
Relatório do Cenipa de 2017 já havia apontado que uma pane seca causou o acidente com a aeronave BEM-820C Carajá, onde Huck viajava com a família. O grupo retornava da Estância Caiman, no Pantanal, onde Angélica havia gravado um programa, quando aconteceu a pane. O piloto conseguiu fazer pouso de emergência na Fazenda Palmeira, em Rochedo, a 84 km de Campo Grande, onde o avião pousaria. Os ocupantes tiveram apenas ferimentos leves.
O relatório destacou o apagamento do motor esquerdo e a não ocorrência de fogo em voo e após o impacto, uma das evidências da falta de combustível. Segundo o documento, com 35 minutos de voo o motor esquerdo parou de funcionar.
O tanque da asa esquerda tinha, no máximo, 160 litros e não 350, como indicavam os liquidômetros - aparelhos que marcam a quantidade de combustível. Com o capacitor instalado de forma invertida, foram enviadas informações erradas ao painel de controle.
O jornal O Estado de S. Paulo não conseguiu contato com o piloto. Na época do acidente, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que o avião estava com a documentação regular e a inspeção anual se encontrava dentro do prazo de validade.