Vacina contra difteria está em falta na rede pública

O Ministério da Saúde informou que já foi feita a compra das vacinas para atender à demanda do País

© Reuters

Brasil SUS 11/09/19 POR Estadao Conteudo

A falta da vacina pentavalente (contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e hemófilo B), que já é sentida em vários postos do Sistema Único de Saúde (SUS), deverá se agravar até o fim do ano, em consequência da reprovação do produto, que era importado da Índia. Os primeiros problemas da vacina, produzida pela empresa Biologicals E. Limited, foram identificados no início do ano. Três lotes foram reprovados pelo Instituto Nacional de Qualidade em Saúde (INCQS). A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em junho, reprovou a importação. Com isso, cerca de 3 milhões de doses precisaram ser devolvidas.

PUB

De acordo com o Ministério da Saúde, foi feita a compra com outros fornecedores para atender à demanda do País. A entrega dos imunizantes, contudo, será feita de forma escalonada. Os primeiros carregamentos começaram a chegar em agosto. Foram 400 mil doses, metade da demanda nacional. Se não houver imprevistos no calendário, até novembro chegarão 6,6 milhões de doses. A demora na entrega é atribuída à dificuldade na produção. O Ministério da Saúde afirmou que não havia no mercado internacional disponibilidade imediata para a compra da vacina. Depois da chegada ao País, as vacinas terão de passar por uma avaliação no INCQS antes de serem distribuídas para Estados e chegarem às salas de vacinação.

Todos os meses, 800 mil doses da vacina são aplicadas no País. Há, ainda, uma demanda que não foi atendida nos últimos meses. A pasta informou que, regularizados os estoques, equipes de saúde deverão fazer uma busca ativa para localizar as crianças que não foram imunizadas. A estimativa é de que a situação seja normalizada apenas em fevereiro de 2020.

A falta da vacina ocorre às vésperas da campanha de multivacinação anunciada pelo governo. A iniciativa, prevista para outubro, tem como principal objetivo melhorar a cobertura vacinal contra o sarampo, em virtude do surto que atinge 13 Estados. A campanha, no entanto, serviria também para atualizar outras vacinas, como a pentavalente. Com a ausência do imunizante, o alcance da campanha será em parte comprometido. "É uma pena. Seria uma boa oportunidade de se atualizar a carteira", afirmou o presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Juarez Cunha.

A cobertura vacinal no País está em queda. Nos últimos dois anos, os indicadores, considerados adequados, sofreram uma expressiva redução. Em 2018, por exemplo, como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, 312 cidades do País tinham alto risco de retorno da poliomielite. Em nota, o Ministério informou não haver dados que indiquem emergência das doenças protegidas pela pentavalente. Mesmo assim, acrescentou a pasta, há estoques suficientes para ações de bloqueio, caso surtos ocorram.

Preocupação

Especialistas ouvidos pelo jornal afirmam que a falta da pentavalente preocupa sobretudo por causa da difteria. Países próximos registraram surto da doença, uma infecção causada por bactéria, transmitida pela tosse, espirro ou contato com objetos ou roupas contaminadas. Na Venezuela, por exemplo, foram mais de mil casos suspeitos em 2018.

Outro problema é a coqueluche. Nos últimos dois anos, os casos da doença subiram. Em 2017, foram 1.898 e em 2018, 2.151. O maior receio são os casos precoces, identificados em bebês com menos de 6 meses. Nessa situação, a infecção geralmente é mais grave. "A recomendação é de que gestantes tomem uma vacina, justamente para proteger o bebê nos primeiros meses. O item usado nessa estratégia não está em falta. Mesmo assim, os indicadores vacinais são muito baixos, estão em 50%", disse Cunha.

Enquanto estoques do SUS não forem regularizados, interessados poderão comprar a vacina em clínicas particulares. São três doses, cada uma a R$ 250. Mas a composição da pentavalente aplicada nas clínicas particulares é diferente. Ela protege contra difteria, pólio inativado, tétano, hemófilo B e coqueluche acelular, com menos risco de reação do que a coqueluche usada na pentavalente da rede pública. "São vacinas intercambiáveis. Mas é preciso ficar atento, pois a pentavalente das clínicas não traz a vacina de hepatite B", diz Cunha. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

economia Aposentados Há 9 Horas

Aposentadorias do INSS com reajuste serão pagas entre 27 de janeiro e 3 de fevereiro

brasil Rio de Janeiro Há 10 Horas

Mulher descobre traição do marido e expõe os dois na igreja; vídeo

fama Goiás Há 6 Horas

Ex-mulher de Ney Latorraca, 'se aposenta' e vai morar em GO: 'sou rica'

mundo Japão Há 11 Horas

Assassina conhecida como 'Viúva Negra' morre no corredor da morte

fama Celebridades Há 12 Horas

Relembre grandes nomes que nos deixaram em 2024

mundo Rússia Há 7 Horas

Putin pede desculpa por queda de avião que matou 38 pessoas

fama DNA Há 7 Horas

Quem é a mulher que afirma ter filha de 10 anos com Neymar

esporte Violência Há 9 Horas

Cunhado da irmã de Endrick, do Real Madrid, é morto a tiros no Distrito Federal

lifestyle Câncer Há 12 Horas

Quatro sinais do câncer colorretal que não devem ser ignorados

fama OLIVIA-HUSSEY Há 9 Horas

Morre Olivia Hussey, protagonista de 'Romeu e Julieta' e 'Noite do Terror'