© Reuters
Gerhard Sommer, um antigo oficial da 16.ª divisão de infantaria mecanizada designada originalmente como 'Reichsführer-SS', foi acusado do assassinato de 560 civis na aldeia de Sant'Anna di Stazzema, na região italiana da Toscana (norte), em 1944.
PUB
Sommer, que fará 94 anos em junho, era o último sobrevivente que poderia ser julgado na Alemanha por este massacre. "A análise deste volumoso dossiê conduziu à conclusão de que o suspeito, se estivesse apto para ser julgado, seria condenado com uma grande probabilidade" por pelo menos 342 homicídios qualificados, escreveu o Ministério Público de Hamburgo, em comunicado.
No entanto, especialistas revelaram que o antigo oficial nazista sofre de uma "demência profunda" e, portanto, não poderá comparecer diante de um tribunal. Em 12 de agosto de 1944, soldados nazistas mataram quase todos os habitantes e as pessoas que estavam refugiadas em Sant'Anna di Stazzema. No total, eram 560 civis, incluindo 107 crianças com menos de 14 anos.
Após várias décadas de inércia judicial, tanto na Alemanha como na Itália, o caso ressurgiu na década de 90 com a investigação de vários historiadores que conseguiram enumerar com precisão os crimes das unidades militares das 'Waffen-SS' durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Na Alemanha, o Ministério Público de Estugarda abriu em 2002 um inquérito contra 17 antigos soldados pelo massacre na Toscana. O processo, que passou a ser posteriormente contra oito suspeitos sobreviventes, incluindo Sommer, foi interrompido em 2012 por falta de provas.
Em 2014, o tribunal de apelo de Karlsruhe anulou esta decisão só para o caso de Gerhard Sommer. Na altura, a instância judicial considerou que o antigo oficial nazista sabia "sem dúvida" que o assassinato dos habitantes da aldeia italiana não era um simples ato de retaliação contra o movimento de resistência italiano.
Em 2005, um tribunal militar de Spezia, no norte de Itália, condenou dez oficiais nazistas, incluindo Sommer, à prisão perpétua. Esta sentença, confirmada após apelo, nunca chegou a ser cumprida, uma vez que a Alemanha não extradita os seus cidadãos.