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Discretamente erguida no centro de Andaluzia, a província mais ao sul da Espanha, está uma cidade onde não existe polícia. Nem é preciso: Marinaleda não registra nenhum crime desde 1979.
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Na verdade, houve um em agosto do ano passado. O presidente da Câmara, Juan Manuel Sánchez Gordillo, presidente da Câmara de Marinadela desde 1979, organizou um protesto e assaltou supermercados. Depois entregou todos os artigos roubados à população pobre. Mas segundo ele, esse foi um “ato de desobediência não violento”.
Também não existem desempregados em Marinaleda. Aqui todos trabalham numa cooperativa agrícola e recebem um salário de 1200 euros mensais, cerca de R$ 3800.
E, ainda, ninguém perde a casa por culpa da crise. Gordillo tem a solução: todos têm autorização para construir um lar gratuitamente e a câmara oferece os materiais para a obra e entrega um subsídio de 195 euros (R$ 623) por cada metro quadrado. Depois, são pagos 15 euros (R$ 48) mensais até ao fim da vida. Porém, não se pode vender a casa para benefício próprio.
“Precisamos repensar os nossos valores, o consumismo da sociedade, a importância que damos ao dinheiro, o egoísmo e o individualismo”, aconselha o presidente da Câmara.