© Agência Brasil / Marcelo Camargo
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) divulgou uma estimativa de investimentos de R$ 1,1 trilhão em 19 setores no período 2019-2022. O valor representa uma melhora nas expectativas, com alta de 2,7% em relação aos investimentos previstos no levantamento anterior para o quadriênio de 2018 a 2021. Os dados constam do boletim Perspectivas do Investimento.
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Os números consideram investimentos apoiados e não apoiados pelo BNDES relativos a 19 setores, sendo 11 da indústria e 8 da infraestrutura. Juntos, eles contribuem com cerca de 25% da formação bruta de capital fixo da economia.
Os investimentos nos setores mapeados, de R$ 250,8 bilhões em 2018, devem aumentar para uma média anual de R$ 270,6 bilhões entre 2019 e 2022. Apesar da melhora ante o ano anterior, essa média anual, se confirmada, ainda estará bem abaixo do pico de investimentos apurado nos últimos sete anos, período divulgado neste boletim. Esse pico ocorreu em 2013, com um total de R$ 428,4 bilhões nos mesmos setores.
No conjunto dos segmentos analisados, o boletim revela um crescimento real médio de 3,9% ao ano no período, puxado por uma aceleração do crescimento no fim do quadriênio. O desempenho é bem superior às projeções atuais para o PIB do boletim Focus.
De acordo com o BNDES, o resultado positivo é puxado principalmente pelos investimentos na indústria, com destaque para o segmento de petróleo e gás, impulsionado pela recuperação do preço do petróleo e pelos leilões de concessão ou de partilha de blocos exploratórios ocorridos em 2017 e no início de 2018.
Infraestrutura
Na infraestrutura, a previsão é de investimento médio anual próximo ao estimado no levantamento anterior (2018-2021). O cenário traçado pelo BNDES, entretanto, prevê aceleração dos investimentos em 2021 e 2022. A expectativa é de que o valor em 2022 deverá superar o registrado em 2018.
"Os segmentos de logística e saneamento devem mostrar melhor desempenho dos investimentos nas áreas mais carentes de desenvolvimento, sobretudo a partir de 2020", diz o boletim.
A análise do banco apresenta ainda uma redução no quadro de alto endividamento e restrição de caixa das empresas no segmento de mineração. Outro destaque foi a siderurgia, com a melhora das margens de lucro do setor.
"Políticas públicas, mudanças no marco regulatório e programas de concessão de serviços de infraestrutura ao setor privado também influenciam positivamente os investimentos, enquanto a situação fiscal dos Estados continua sendo fator de inibição", aponta o levantamento.
Realizado desde 2006, o levantamento inclui investimentos apoiados e não apoiados pelo BNDES, tendo por base a identificação de projetos pelas gerências setoriais do banco de fomento.