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A Polícia Civil confirmou na tarde desta terça-feira, 1º de outubro, que um garoto de 12 anos confessou ter assassinado a menina Raíssa Eloá Caparelli Dadona, de 9 anos, no último domingo, 29, no Parque Anhanguera (zona norte de SP). O adolescente morava na mesma rua da vítima e foi apreendido pela polícia após confessar o crime.
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Segundo o delegado Luiz Eduardo de Aguiar Marturano, titular da 5ª Delegacia da Divisão de Homicídios do Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), o garoto relatou o crime aos pais, que decidiram levá-lo à delegacia.
Aos policiais, ele primeiramente afirmou que apenas acompanhava a menina quando um homem de bicicleta chegou e cometeu o crime. Mais tarde, no entanto, ele voltou a relatar o que afirmara aos pais: que havia assassinado a colega.
Segundo o delegado, o menor afirmou em depoimento que foi com a vítima a pé do CEU até o parque - a distância entre as portarias dos dois locais, a pé, é de cerca de 3,5 km. Uma câmera de segurança mostrou os dois andando de mãos dadas pela estrada de Perus.
No local, ainda de acordo com Marturano, o menino afirmou que teria brincado com Raíssa e, em seguida, a agredido com socos na região do rosto. "Depois ele disse que a empurrou a uma árvore, a amarrou [na região do pescoço] e a agrediu novamente", afirmou o titular da 5ª Delegacia de Polícia de Repressão aos Crimes Contra a Criança e o Adolescente.
O delegado acrescentou que a menina foi amarrada à árvore ainda consciente, com um tipo de fio. O menor, segundo o policial, usou um pedaço de madeira para espancar a garota nesta ocasião. O objeto, no entanto, ainda não foi localizado pela polícia. A investigação também não sabe o que motivou o crime.
Marturano afirmou que, após colher o depoimento do menino, na segunda-feira (30), ficou "mexido", ou seja, emocionado. "Sai daqui [DHPP] vazio. Infelizmente isso é uma tragédia para a família da menina, uma criança especial, e também para a família do menor também."
Os pais do garoto também ficaram chocados, acrescentou o delegado, após o filho confessar o crime. A apreensão provisória do adolescente, pelo período de 45 dias, já foi decretada pela Justiça. O menor será submetido à avaliação psicológica. Ele foi internado na noite de segunda, após depoimento.
Raíssa e o garoto moravam na mesma rua, ainda de acordo com a polícia, no bairro Morro Doce, também na região de Perus. O DHPP aguarda o resultado dos exames do IML para que a causa da morte de Raíssa seja conhecida. A polícia pretende colher depoimentos dos parentes de Raíssa, do garoto, e de pessoas que conviveram com o menor, principalmente meninas.
De acordo com Marturano, ainda não é possível saber se a causa da morte foi asfixia ou os múltiplos traumas provocados pelas agressões. A confirmação depende dos laudos do Instituto Médico Legal (IML).
Ele relatou ainda que, como a investigação é muito recente, não descarta nenhuma hipótese, inclusive a de participação de um terceiro no crime. Agora, a polícia pretende analisar mais imagens das câmeras da região e ouvir depoimentos de parentes e vizinhos das duas famílias.
Em depoimento, o menino não falou a motivação do crime. "Ele não demonstrou emoção", relatou o delegado. O menor teve a internação provisória decretada pela Justiça e deve ser encaminhado para a Fundação Casa.
Marturano disse que a mãe de Raíssa havia deixado a menina com o adolescente na fila do pula-pula enquanto foi buscar um alimento para o filho caçula.
A menina morava no bairro do Morro Doce, próximo ao Parque Anhanguera, e fazia acompanhamento para autismo há um ano. Seu corpo foi enterrado nesta segunda no Cemitério Municipal de Perus, na zona norte.