Senado dá aval à divisão de recursos de leilão e texto vai à sanção

Davi Alcolumbre (DEM-AP) afirmou que vai pedir que o presidente Jair Bolsonaro sancione o projeto nesta quarta-feira, 16

© Will Shutter/Câmara dos Deputados

Economia Projeto 16/10/19 POR Estadao Conteudo

O Senado aprovou nesta terça-feira o projeto que divide os recursos do megaleilão do petróleo com Estados e municípios. O texto passou com 68 votos favoráveis e nenhum contrário. A proposta segue para sanção presidencial e destrava a conclusão da reforma da Previdência na Casa, prevista para a próxima terça-feira. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou que vai pedir que o presidente Jair Bolsonaro sancione o projeto nesta quarta-feira, 16.

PUB

O leilão do excedente de petróleo da chamada cessão onerosa está marcado para 6 de novembro e tem previsão de arrecadar R$ 106,6 bilhões. A expectativa é que, com a divisão, prefeitos e governadores recebam um total de R$ 21,9 bilhões no caixa até o fim do ano.

Ao longo do dia, senadores do Norte e do Nordeste tentaram alterar a proposta para destinar mais recursos para essas regiões - intenção derrubada no plenário. O temor que o texto retornasse à Câmara e comprometesse o repasse de valores para governadores e prefeitos fez com que o projeto fosse aprovado sem modificações. Alcolumbre agiu para que o texto definido em acordo com deputados fosse mantido.

O Congresso ainda precisa votar dois projetos abrindo crédito no Orçamento para autorizar o pagamento dos recursos devidos à Petrobras e o repasse para Estados e municípios. Alcolumbre pretende pautar essas propostas em uma sessão conjunta de deputados e senadores até a data do leilão.

Divisão

O projeto aprovado nesta terça-feira determina que, após o pagamento de R$ 33,6 bilhões à Petrobras, 15% dos recursos restantes do leilão (R$ 10,95 bilhões) serão divididos aos Estados, respeitando um cálculo misto: dois terços de acordo com os critérios do Fundo de Participação dos Estados - que beneficiam mais Norte e Nordeste - e um terço seguindo as regras do Fundo de Auxílio às Exportações (FEX) e da Lei Kandir - que beneficiam Estados exportadores.

Para os municípios, a proposta destina outros 15% (R$ 10,95 bilhões), segundo os critérios do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), privilegiando municípios mais pobres. A União ficaria com R$ 49 bilhões e o Estado do Rio, com R$ 2,4 bilhões.

Proposta anterior elaborada pelo Senado, e engavetada pela Câmara, não englobava as regras da Lei Kandir na divisão com Estados.

O senador Rogério Carvalho (PT-SE) apresentou uma emenda aumentando a quantidade de recursos destinada aos Estados do Norte e do Nordeste e ao Distrito Federal. De acordo com a sugestão, esses governos estaduais receberiam mais R$ 2,1 bilhões da parte da União, além dos repasses já previstos.

Outra emenda, proposta por Mecias de Jesus (Republicanos-RR), destinava R$ 364,81 milhões para Roraima usar no auxílio a refugiados venezuelanos. O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), prometeu uma articulação para destinar recursos extras para o Estado que faz fronteira com a Venezuela.

O relator do projeto, Omar Aziz (PSD-AM), rejeitou fazer alterações que fizessem o texto retornar à Câmara dos Deputados. "Não tem perda (para governadores), eles não tinham nada, nós é que estamos dando isso para eles. Se eu fosse o presidente, eu ia pensar muito em ter de dar a dinheiro a torto e a direito. O Bolsonaro está sendo bonzinho", declarou Aziz. Ele lembrou que os recursos não estavam previstos no caixa dos Estados e municípios e que não era possível falar em "perdas" para governos locais.

Carimbos

Pelo texto, prefeitos poderão escolher onde colocar os recursos primeiro, na Previdência ou em investimentos. No caso dos governadores, a regra é mais engessada. Os governos estaduais deverão usar os recursos prioritariamente para cobrir rombos na Previdência e, apenas se sobrar dinheiro, para investimentos - cenário improvável em Estados endividados. O relator defendia colocar a amarra também para os prefeitos, mas, diante da pressa para aprovar o projeto e evitar que o texto retorne à Câmara, ele elaborou um parecer sem alterar o conteúdo da proposta.

O Rio é o Estado que mais receberá na divisão - R$ 2,4 bilhões. A benesse foi articulada pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e pelo senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro. Entre os dez Estados que mais terão recursos da partilha, cinco estão no eixo Sul, Sudeste e Centro-Oeste e outros cinco no Norte e no Nordeste.

Conforme o Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, mostrou na semana passada, São Paulo, Rio Grande do Sul e Mato Grosso são os Estados que mais ganham entre a proposta elaborada inicialmente pelo Senado e o texto aprovado na Câmara, que agora é avaliada pelos senadores. Estados como Roraima, Bahia e Pernambuco, por outro lado, vão receber menos recursos do que esperavam inicialmente.

Pacto federativo

A distribuição dos recursos para governadores e prefeitos faz parte do pacote do pacto federativo, condição para a aprovação da Previdência. Bezerra Coelho comunicou que o Planalto não pagaria mais um repasse de R$ 4 bilhões a Estados referente a compensações da Lei Kandir em resposta à desidratação da reforma.

Por enquanto, parlamentares não falam em reagir à decisão. Senadores lembram que parte dos R$ 4 bilhões foi compensada com a destinação de mais recursos do leilão para governos de regiões exportadores.

Ao votar o primeiro turno da reforma, o Senado retirou da proposta as mudanças no pagamento do abono salarial, diminuindo a economia fiscal da reforma em R$ 76,4 bilhões. O ministro da Economia, Paulo Guedes, prometeu compensar cada bilhão perdido retirando valores do pacto federativo.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

brasil Ceará Há 9 Horas

Tumor raro muda tonalidade da pele de jovem que busca tratamento

brasil Vendavais Há 8 Horas

Ventos fortes causam prejuízo bilionário no Brasil

fama Família Há 8 Horas

Viih Tube solta o verbo após declaração do pai: 'Pare de me expor'

politica BALEIA-ROSSI Há 8 Horas

Presidente do MDB diz que vídeo de Janja contra Nunes extrapolou qualquer padrão ético

fama Dramaturgia agora mesmo

Gagliasso comemora beijo gay na TV após ser censurado em novela de 2005: 'Foi um tesão'

fama Novela Há 10 Horas

'Não dava para começar trabalho cansada', diz Fernanda Torres sobre não ser Odete Roitman

fama Espiritualidade Há 7 Horas

Courteney Cox tenta se 'comunicar' com espírito de Matthew Perry

fama MC Poze Há 9 Horas

Esposa de MC Poze movimentou R$ 10 milhões com rifas fraudulentas

fama Redes Sociais Há 3 Horas

Tiago Leifert é detonado na web após discutir racismo com ativista

lifestyle Os Astros Dizem Há 10 Horas

Novembro traz mudanças: as previsões de uma astróloga para cada signo