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Os presidentes da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, e da Rússi, Vladimir Putin, vão se encontrar na Rússia na próxima terça-feira, para conversar sobre a ofensiva de Ancara no norte da Síria, anunciou hoje a presidência turca. O encontro terá lugar na estância balnear russa de Sochi, adiantou a presidência turca em comunicado, acrescentando que Erdogan fará a viagem de ida e volta no mesmo dia.
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A decisão do Presidente turco acontece na sequência de um convite feito por Putin, na terça-feira, durante uma conversa telefônica.
A Turquia lançou no dia 09 uma ofensiva militar no nordeste da Síria contra as milícias curdas das Unidades de Proteção Popular (YPG) aliadas dos ocidentais no combate aos 'jihadistas' do grupo Estado Islâmico e consideradas terroristas por Ancara devido à sua ligação ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, guerrilha curda ativa em solo turco).
O objetivo da operação militar de Ancara é criar uma "zona de segurança" de 32 quilômetros de extensão ao longo da fronteira entre a Turquia e Síria para manter as YPG à distância e repatriar uma parte dos 3,6 milhões de refugiados sírios no território turco.
Desde o início da ofensiva, já foram mortos 71 civis, 158 combatentes das Forças Democráticas Sírias (FDS, dominadas pelas YPG) e 128 pró-turcos, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos.
Ancara indicou a morte de seis soldados, bem como de 20 civis, por tiros de 'rockets' sobre localidades turcas, provenientes da Síria.
A ofensiva de Ancara abre uma nova frente na guerra da Síria que já causou mais de 370.000 mortos e milhões de deslocados e refugiados desde que foi desencadeada em 2011.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse hoje que a Rússia respeita o direito da Turquia de garantir a sua segurança, mas adiantou esperar que a operação militar turca no noroeste da Síria seja proporcional a essa necessidade.
O porta-voz do Kremlin afirmou ainda que a Rússia espera, tal como referiu Putin, na terça-feira ao telefone, que "esta operação não afete nem prejudique o processo político" na Síria.
Na terça-feira, o chefe de Estado turco declarou, em Baku, que a intervenção vai continuar até que seja "eliminada a ameaça terrorista" (curdos).