'Não é porque tem garimpo ilegal que a gente vai tratar de legalizar'

Para Maia, o Estado brasileiro precisa cumprir a sua parte no combate ao que é ilegal e depois discutir se há espaço e quais são as condições para avançar com o debate sobre o tema

© iStock (Imagem ilustrativa) 

Política Garimpo 07/11/19 POR Estadao Conteudo

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou nesta quinta-feira, 7, o projeto que o governo pretende enviar ao Congresso para legalizar a mineração em terras indígenas e disse que o País não crescerá apenas com as reformas econômicas. Em entrevista ao canal GloboNews, Maia disse que arquivará a proposta se ela chegar à Casa.

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"A argumentação que eu vi hoje do ministro (Bento Albuquerque, de Minas e Energia) não está adequada. Não é porque tem garimpo ilegal que a gente vai tratar de legalizar o garimpo. Temos que, primeiro, combater o que é ilegal e fazer um amplo debate sobre esse tema. O tema do garimpo não é simples e o tema do garimpo em terra indígena é mais complexo ainda", disse ele, ao sair de um evento na Câmara.

Para ele, o Estado brasileiro precisa cumprir a sua parte no combate ao que é ilegal e depois discutir se há espaço e quais são as condições para avançar com o debate sobre o tema.

Maia criticou o governo por não promover um maior diálogo sobre o projeto e lembrou que ele deverá ser apresentado num momento em que o Brasil é criticado no exterior em relação a problemas no Meio Ambiente. "As reformas, por si só, não vão fazer este Brasil crescer. A proteção do Meio Ambiente, nossa Democracia, o bom diálogo com nossos vizinhos e com outros países é que vai fazer esse País crescer", afirmou.

O presidente da Câmara participou do lançamento do Projeto Modernizar, criado pela Câmara com o objetivo, de acordo com ele, de que o Parlamento possa discutir o futuro.

No evento, o professor e escritor Yuval Noah Harari, autor dos livros Sapiens e Homo Deus, foi entrevistado pelo pesquisador e professor especializado em Tecnologia Ronaldo Lemos. "Tem uma questão que é decisiva, que é exatamente a questão dos dados. A política vai ser a disputa pelo fluxo dos dados, como você manipula de forma legítima, lícita, os dados e fala com a sociedade. ... Acho que o grande ativo do mundo vai deixar de ser o petróleo e vai passar a ser dados", disse.

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