© Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Um esquema especial de segurança foi adotado para garantir a integridade dos participantes da 11ª Cúpula do Brics. O encontro será de quarta-feira (13) a quinta-feira (15) em Brasília e reunirá os presidentes da África do Sul, Cyril Ramaphosa, do Brasil, Jair Bolsonaro, da China, Xi Jinping, e da Rússia, Vladimir Putin, além do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi.
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Responsável por, entre outras funções, analisar riscos e prevenir a ocorrência de crises, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, disse hoje (12) que o aparato montado em toda a capital federal se assemelha aos esquemas já usados durante a Copa do Mundo de 2014 e na cerimônia de posse de Jair Bolsonaro.
Além dos chefes de Estado, as comitivas estrangeiras devem contar com ministros, empresários e outras autoridades. De acordo com Heleno, são esperados cerca de 200 representantes dos demais países do grupo.
Ainda que a reunião de líderes, encontros bilaterais, almoços e demais agendas oficiais ocorram na área central de Brasília – principalmente no Palácio Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores do Brasil - foi preciso pensar uma estratégia “discreta, que não crie constrangimentos, mas garanta a segurança”, conforme explicou o ministro em entrevista ao programa Revista Brasil, transmitido pela Rádio Nacional, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
“Não tenho grandes preocupações quanto ao êxito nesta área [segurança]. Pretendemos que a cúpula aconteça com muita calma e tranquilidade”, afirmou Heleno. “Mas a vinda [dos chefes de Estado] do Brics tem um componente de segurança bastante sensível. Receberemos quatro chefes de Estado, três deles com problemas sérios nos seus respectivos países, como ações terroristas e conflitos religiosos, e não podemos nos esquivar de colocar isto como uma das condicionantes [para a realização] da reunião”, comentou o ministro, garantindo que o esquema montado garantirá os participantes da cúpula uma "estada tranquila no Brasil".
O ministro diz que sua pasta tem conhecimento muito grande na área de segurança, mas também conta com a parceria de alguns países visitantes. “Contamos com a ajuda dos países que trazem alguns equipamentos de segurança que se somam aos nossos. Claro, riscos há sempre, mas eles são mínimos quando você tem equipes competentes e levantamentos de inteligência detalhados que nos permitam antecipar qualquer fato”, afirmou Heleno.
Uma portaria ministerial publicada hoje, no Diário Oficial da União, regula o uso das Forças Armadas para garantir a lei e a ordem no Distrito Federal. Assinada pelo ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, a Portaria nº 4.490 estabelece que as atividades deverão se ater às medidas necessárias à preservação da segurança dos participantes da cúpula e, ao mesmo tempo, evitar transtornos para a população.
Cabe ao Exército designar o comando da chamada Operação Brics 2019 e solicitar à Marinha e à Aeronáutica os recursos operacionais que julgar necessários. Já os recursos financeiros serão disponibilizados pelo Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas. A portaria também determina que a Aeronáutica realize o controle do espaço aéreo e estabeleça as medidas de defesa aeroespacial pertinentes. As restrições ao sobrevoo durante os dias 13 e 14 serão detalhadas esta tarde, pelo Comando de Operações Aeroespaciais (Comae).
Administradora do Aeroporto de Brasília, a Inframerica teve que adotar procedimentos adicionais de segurança às vésperas do feriado da Proclamação da República. Embora o feriado caia na sexta-feira (15), a empresa estima que o maior fluxo de passageiros deverá ser registrado já na quinta-feira, quando cerca de 52 mil usuários do transporte aéreo devem passar pelo aeroporto. Com as medidas de defesa do espaço aéreo ainda em vigor, estão previstos 390 voos apenas para a sexta-feira. Durante os dois dias da Cúpula do Brics, tanto as equipes de segurança patrimonial, quanto as forças policiais e os órgãos de fiscalização que atuam no aeroporto serão reforçadas.
Também devido à Cúpula, o Ministério da Economia decretou ponto facultativo de dois dias para os servidores públicos federais que trabalham na Esplanada dos Ministérios. Segundo o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, a suspensão do expediente na quarta-feira e na quinta-feira serve para diminuir a movimentação, facilitando o controle de pessoas nas imediações.
O Departamento de Trânsito (Detran-DF) interromperá o acesso de veículos à Esplanada dos Ministérios entre a 0h de quarta-feira e a meia-noite de quinta-feira, além de interdições pontuais em outros locais.
Presidida pelo Brasil, a reunião tem como lema “Crescimento Econômico para um Futuro Inovador”. Segundo o Itamaraty, serão discutidos, prioritariamente, temas relacionados à ciência, tecnologia e inovação, economia digital, saúde e combate à corrupção e ao terrorismo. Esta é a segunda vez que Brasília sedia a conferência – a primeira vez foi em 2010.
Juntos, Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (cujas iniciais, em inglês, deram nome ao grupo) reúnem uma população de cerca de 3,1 bilhões de pessoas, o que equivale a aproximadamente 41% da população mundial, e responde por 18% do comércio mundial.
A Cúpula conta ainda com uma agenda paralela. Amanhã, por exemplo, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) realiza um fórum empresarial no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB). Segundo a entidade, o evento deve receber 800 representantes de governo e do setor privado dos cinco países para debater três temas: comércio, infraestrutura e inovação.
Com informação: Agência Brasil