Brasil bate Coreia do Sul, encerra jejum e alivia pressão sobre Tite

O Brasil marcou 3 a 0 contra a equipe sul coreana

© Reuters

Esporte Amistoso 19/11/19 POR Estadao Conteudo

Depois de acumular cinco jogos sem vitórias, em um jejum que começou após a conquista do título da Copa América, em julho, a seleção brasileira finalmente voltou a ganhar. Justamente no último amistoso de sua temporada, a equipe comandada por Tite derrotou a Coreia do Sul por 3 a 0, nesta terça-feira, em Abu Dabi, nos Emirados Árabes Unidos.

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O triunfo era tido como fundamental para o treinador e o duelo com os sul-coreanos passou a ter um peso ainda maior depois que, na última sexta-feira, a equipe nacional foi superada pela rival Argentina por 1 a 0, em Riad, na Arábia Saudita. Depois daquele revés, o comandante começou a admitir que estava sob pressão no seu cargo, no qual agora volta a respirar aliviado ao fechar o ano de forma positiva.

Antes deste clássico com os argentinos, o Brasil já havia acumulado três empates (2 a 2 com a Colômbia e 1 a 1 com Senegal e Nigéria) e ainda foi batido pelo Peru por 1 a 0. A última vitória da seleção havia sido conquistada na decisão da Copa América, no dia 7 de julho, quando derrotou os peruanos por 3 a 1, no Maracanã.

E o triunfo em Abu Dabi também impediu que o Brasil superasse a sua maior sequência sem vencer com sua equipe principal desde 2013, que foi igualada com o revés sofrido diante da Argentina. Entre o final da passagem de Mano Menezes e o retorno de Felipão ao comando da equipe nacional, o time nacional acumulou empates com Colômbia, Itália e Rússia, além de derrotas para Argentina e Inglaterra, em uma série iniciada no fim de 2012 e completada no início do ano seguinte.

Do outro lado, a Coreia do Sul, comandada pelo português Paulo Bento, perdeu uma invencibilidade que já durava nove jogos, com cinco vitórias e quatro empates depois de ter sido superada pelo Catar por 1 a 0, em janeiro, nas quartas de final da Copa da Ásia.

BRASIL RESSURGE - Com cinco mudanças na escalação titular em relação ao time que começou o duelo com a Argentina na sexta-feira, a seleção brasileira finalmente conseguiu resgatar um pouco do seu bom futebol, que não foi visto nos cinco amistosos anteriores. Sem o lesionado Alex Sandro, fora por lesão muscular, além dos sacados Thiago Silva, Casemiro, Willian e Roberto Firmino, Tite mandou a sua equipe a campo no Estádio Mohammed Bin Zayed com Renan Lodi, Marquinhos, Fabinho, Philippe Coutinho e Richarlison como novidades na formação.

Destes nomes escalados no duelo que foi acompanhado por um público muito pequeno em Abu Dabi, destaque maior para Renan Lodi, que mostrou desenvoltura na lateral esquerda e deu dois passes que resultaram em gols brasileiros. O primeiro deles saiu já aos 8 minutos, quando o jogador do Atlético de Madrid trocou passes com Coutinho e cruzou para Lucas Paquetá, na pequena área, cabecear no canto direito do goleiro Jo Hyeon-Woo para abrir o placar.

Na seleção asiática, a principal esperança de gol era depositada no atacante Son Heung-Min, do Tottenham, que exigiu boa defesa de Alisson aos 14 minutos e depois levou perigo aos 21 em nova finalização forte.

Passados os dois sustos, o Brasil ampliou o placar aos 35 minutos. Philippe Coutinho, que vinha de um jejum de dez jogos sem marcar pela seleção, aproveitou bem uma falta frontal ao cobrá-la com categoria e acertar o ângulo direito de Jo Hyeon-Woo. A equipe nacional também não marcava um gol de falta desde 5 de setembro de 2014, quando Neymar garantiu, por meio de uma bola parada, o triunfo por 1 a 0 sobre a Colômbia em um amistoso nos Estados Unidos.

Curiosamente, o mesmo Coutinho quase fez um gol contra pouco depois, aos 41 minutos, em um lance no qual se atrapalhou e acabou dando sorte. Após finalização de Jung, Alisson deu rebote e a bola sobrou para o meio-campista do Brasil, que tentou tocar a bola para escanteio, mas viu a mesma bater no pé da trave e voltar nos seus pés antes de ele conseguir afastar o perigo.

Mesmo com a confortável vantagem de 2 a 0, Tite optou por ser conservador ao voltar para a etapa final com a mesma equipe. Mais preocupado com a necessidade de conquistar uma vitória do que com a oportunidade de testar jogadores convocados, ele só foi promover a primeira substituição aos 35 minutos, trocando Arthur por Douglas Luiz. Depois, ele tirou Paquetá, Gabriel Jesus e Lodi, substituídos respectivamente por Firmino, Rodrygo e Emerson, mas todos tiveram muito pouco tempo para mostrar serviço.

Bem antes destas substituições, o Brasil achou o caminho do terceiro gol aos 14 desta etapa final, quando Lodi mostrou visão de jogo ao fazer um passe rasteiro que atravessou quase toda a grande área e encontrou Danilo, que vinha de trás e acertou forte chute de fora da área para ampliar para 3 a 0. O goleiro sul-coreano ainda tocou na bola, mas não conseguiu impedir a entrada da mesma em sua meta.

A equipe asiática ainda teve Son voltando a dar trabalho a Alisson em uma finalização aos 29 minutos, mas ficou longe de ameaçar o domínio da seleção brasileira, que após fechar a sua temporada agora terá como próximos desafios as duas primeiras rodadas das Eliminatórias Sul-Americanas da Copa do Mundo de 2022, em março. A Conmebol ainda não divulgou a tabela do qualificatório para o Mundial.

FICHA TÉCNICA:

BRASIL 3 X 0 COREIA DO SUL

BRASIL - Alisson; Danilo, Marquinhos, Eder Militão e Renan Lodi; Fabinho, Arthur (Douglas Luiz) e Lucas Paquetá (Roberto Firmino); Philippe Coutinho, Gabriel Jesus e Richarlison. Técnico: Tite.

COREIA DO SUL - Jo Hyeon-Woo; Kim Moon-Hwan, Kim Young-Gwon, Kim Min-Jae e Kim Jin-Su; Lee Jae-Sung (Kwon Chang-Hoon), Jung Woo-Young e Ju Se-Jong; Hwang Hee-Chan (Na Sang-Ho), Son Heung-Min e Hwang Ui-Jo. Técnico: Paulo Bento.

GOLS - Lucas Paquetá, aos 8, e Philippe Coutinho, aos 35 minutos do primeiro tempo; Danilo, aos 14 do segundo.

ÁRBITRO - Ammar Al-Jeneibi (Fifa/Emirados Árabes Unidos).

CARTÕES AMARELOS - Hwang Hee-Chan (Coreia do Sul).

PUBLICO E RENDA - Não disponíveis.

LOCAL - Estádio Mohammed Bin Zayed, em Abu Dabi (Emirados Árabes Unidos).

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