© DR
MANAUS, AM (FOLHAPRESS) - O presidente Jair Bolsonaro, em visita a Manaus nesta quarta-feira (27), evitou opinar sobre a alta do dólar, que chegou nesta terça a R$ 4,241, um novo recorde nominal, mesmo após duas intervenções do Banco Central, e reafirmou colocar sua confiança no trabalho do ministro Paulo Guedes (Economia) e em Roberto Campos Neto (Banco Central).
PUB
"Já falei para vocês que quem entende de economia é o Paulo Guedes, o Pedro Guimarães, o Roberto Campos. Eles que tratam deste assunto. Dei carta branca para eles. O Brasil tem que dar certo", disse.
Quanto ao dólar alto, "bem mais de R$ 4", o presidente disse que "tem pró e tem contra".
Uma declaração de Guedes na noite de segunda-feira (25), em Washington, provocou reações do mercado na terça, com o dólar chegando ao patamar de R$ 4,241.
Guedes havia afirmado que é bom o país se acostumar com o elevado patamar da moeda americana. "O dólar está alto. Qual o problema? Zero. Nem inflação ele [dólar alto] está causando", disse. "É bom se acostumar com juros baixos por um bom tempo e com o câmbio mais alto por um bom tempo".
A instabilidade também ficou por conta da declaração de Guedes, quanto à onda de protestos em países da América Latina, ao classificar de insanidade o ex-presidente Lula convocar manifestações. "Não se assustem então se alguém pedir o AI-5", afirmou o ministro. Depois, com a reação, afirmou que deseja apenas uma "democracia responsável".
Ainda em Manaus, Bolsonaro confirmou sua presença na reunião do Mercosul, em dezembro. O presidente já fez criticas a Alberto Fernández, presidente eleito no país vizinho - Fernández comemorou a soltura do ex-presidente Lula.
"Nada contra a Argentina. Quero que Argentina dê certo, mas com anúncio que já fez, congelamento de preço e aumento de salário, eu acho que isso não deu certo em nenhum lugar do mundo", afirmou. Bolsonaro disse que quer manter relação pragmática com a Argentina, destacou as "boas relações comerciais" com o País e disse que, se depender dele, haverá continuidade. "Teremos uma relação pragmática com a Argentina. Acompanhamos o quadro eleitoral da Argentina. Voltou para a Argentina uma candidata, uma senhora que era presidente até pouco tempo e tinha relações sólidas com o Lula, com o Fidel Castro, com Maduro, com Morales. Com todo esse pessoal da América do Sul e que queria uma grande pátria bolivariana, onde o respeito da liberdade inexistia", disse.