Rumo dos IGPs depende dos preços agropecuários

No varejo, a alta de 0,82% em junho foi a maior para o mês desde 1997 (1,30%)

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Economia Campo 07/07/15 POR Notícias ao Minuto

Os rumos dos Índices Gerais de Preços (IGPs) ao longo do mês de julho serão determinados pelas matérias-primas agropecuárias, cujos preços têm oscilado de acordo com notícias sobre safra e clima, sem uma tendência clara no curto prazo, afirmou nesta terça-feira, 7, o superintendente adjunto de Inflação da Fundação Getulio Vargas (FGV), Salomão Quadros. A depender da inflação do varejo e da construção, o índice geral perderá força neste mês.

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"O IPC deve ter certa desaceleração. Talvez não seja tão grande por conta do reajuste da Eletropaulo (nas tarifas de energia elétrica em São Paulo). O INCC também virá menor. Já o IPA depende de até onde as correções de preço de soja e milho vão. Se for um movimento menor, o IPA se mantém, e haverá alívio no IGP", explicou Quadros.

Em junho, o IGP-DI acelerou a 0,68%, contra elevação de 0,40% no mês anterior. Os preços de soja e milho avançaram e contribuíram para que o IPA, que mensura a inflação atacadista, acelerasse a 0,43%.

"Temos visto pequenos ciclos de alta e queda de soja e milho, que não necessariamente apontam tendência, são movimentos de curto prazo", disse o superintendente. Neste mês, a soja ficou 0,89% mais cara, enquanto o milho recuou 2,55% - bem menos do que a queda em maio.

O trigo, por sua vez, ficou 2,25% mais barato, mas seu peso é infinitamente menor dentro do atacado. "Mas o resultado deixa claro que não tem mais nenhum efeito do câmbio", apontou Quadros. Por isso, a incógnita resta mesmo com as matérias-primas agropecuárias, já que até a alta do minério de ferro em junho também deve se dissipar.

No varejo, a alta de 0,82% em junho foi a maior para o mês desde 1997 (1,30%). Segundo Quadros, o ciclo recente de aumentos em preços administrados e a pressão sobre os alimentos contribuíram para o rompimento da tendência histórica de uma inflação mais branda no meio do ano. No mês passado, ele notou, houve avanço de 4,12% nas taxas de água e esgoto, algo não muito comum para a época.

"Por tudo isso, rompeu-se completamente com o padrão dos últimos anos", afirmou. Para julho, contudo, boa parte desses impactos deve perder força. Além disso, os alimentos no domicílio tendem finalmente a dar uma trégua ao bolso do consumidor, depois de ganharem força e ficarem 1,05% mais caros em junho, puxados por frutas, laticínios e ovos.

Na construção, o INCC também virá menor em julho, depois de realizada a maior parte do impacto dos reajustes salariais no Rio e em São Paulo. Ainda que esteja previsto o dissídio da categoria em Brasília, Quadros pontuou que a influência será bem menor sobre o índice. Com informações do Estadão Conteúdo.

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