Vídeo de Johnson se recusando a ver menino em chão de hospital viraliza

O deslize deu munição para a oposição, que o acusa de ter sucateado a saúde pública, entre outros serviços

© Reuters

Mundo BORIS-JOHNSON 09/12/19 POR Folhapress

LONDRES, REINO UNIDO (FOLHAPRESS) - No que foi chamado por analistas políticos de o principal erro do conservador Boris Johnson até agora, o primeiro-ministro se recusou a olhar para a foto de um menino doente deitado no chão de um hospital do serviço público britânico, o NHS.

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A apenas três dias da eleição para o Parlamento, crucial para que o primeiro-ministro consiga aprovar seu acordo do Brexit, o deslize deu munição para a oposição, que o acusa de ter sucateado a saúde pública, entre outros serviços.

A foto de Jack Williment-Barr, 4, com suspeita de pneumonia, deitado sobre uma pilha de casacos no chão do hospital de Leeds (na região centro-norte da Inglaterra), foi enviada pela mãe do menino, Sarah Williment, para o jornal Yorkshire Evening Post, e estampada na capa de vários jornais e sites britânicos.

<blockquote class="twitter-tweet" data-lang="pt"><p lang="en" dir="ltr"> &quot;It is difficult to know what is the greater scandal– the pitiful plight of four-year-old Jack Williment, sleeping on the floor of LGI with suspected pneumonia due to a shortage of beds, or the arrogance of Boris Johnson and Matt Hancock.&quot;<a href="https://t.co/1HMdkrlu4n">https://t.co/1HMdkrlu4n</a></p>&mdash; The Yorkshire Post (@yorkshirepost) <a href="https://twitter.com/yorkshirepost/status/1204103391347200001?ref_src=twsrc%5Etfw">9 de dezembro de 2019</a></blockquote><script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script>

Segundo Sarah, ele foi levado de ambulância ao hospital na terça passada (3), mas deixado à espera no pronto-socorro por mais de quatro horas – máximo aceitável de acordo com as metas do próprio NHS.

O hospital afirma que essa foi a pior semana do setor de emergência desde 2016. Mas o serviço público de saúde britânico tem enfrentado problemas crônicos de falta de mão de obra (até 100 mil vagas abertas, sendo mais de 40 mil de enfermeiros e 10 mil de médicos) e equipamentos sem condições de uso.

Em setembro, Boris já havia sido criticado pelo pai de uma menina num hospital da região nordeste de Londres. O primeiro-ministro, em campanha eleitoral nessa região inglesa tradicionalmente território trabalhista, foi questionado por um repórter da TV de Yorkshire sobre o episódio, mas se recusou a falar sobre o menino, dando respostas gerais sobre o NHS.

Quando o repórter Joe Pike tentou mostrar a imagem a Boris, ele agarrou o telefone e o enfiou em seu bolso.A manobra foi filmada e tornada pública – até a noite desta segunda (9), já fora vista por cerca de 5,7 milhões de internautas.

<blockquote class="twitter-tweet" data-lang="pt"><p lang="en" dir="ltr">Tried to show <a href="https://twitter.com/BorisJohnson?ref_src=twsrc%5Etfw">@BorisJohnson</a> the picture of Jack Williment-Barr. The 4-year-old with suspected pneumonia forced to lie on a pile of coats on the floor of a Leeds hospital.<br><br>The PM grabbed my phone and put it in his pocket: <a href="https://twitter.com/itvcalendar?ref_src=twsrc%5Etfw">@itvcalendar</a> | <a href="https://twitter.com/hashtag/GE19?src=hash&amp;ref_src=twsrc%5Etfw">#GE19</a> <a href="https://t.co/hv9mk4xrNJ">pic.twitter.com/hv9mk4xrNJ</a></p>&mdash; Joe Pike (@joepike) <a href="https://twitter.com/joepike/status/1204018593656180736?ref_src=twsrc%5Etfw">9 de dezembro de 2019</a></blockquote><script async src="https://platform.twitter.com/widgets.js" charset="utf-8"></script>

O Partido Trabalhista aproveitou para usar o vídeo como uma prova de que Boris "não dá a mínima para o NHS". O primeiro-ministro precisa obter ao menos 326 dos 650 postos do Parlamento para aprovar seu acordo do Brexit até 31 de janeiro, como prometeu.

Pesquisas mostram que o partido tem uma vantagem de entre 7 e 11 pontos percentuais sobre os opositores, mas, no sistema britânico, cada distrito elege o candidato mais votado, independentemente do total de votos para o partido.Na reta final da campanha, opositores tentam convencer indecisos a barrar o Brexit, jovens a comparecerem às urnas e eleitores contra a saída da União Europeia a recorrer ao voto útil – em cada distrito, diferentes partidos podem ter mais chance de levar a cadeira dos conservadores.

 

 

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