Jovem de 420 kg luta por tratamento e será internado no Recife

O rapaz conseguiu apoio após vizinhos divulgarem a sua situação na internet

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Brasil Obesidade 09/07/15 POR Notícias ao Minuto

Carlos Antônio dos Santos Freitas, 28 anos, sofre de obesidade mórbida há quase 15 anos. Os vizinhos de Carlinhos, como é chamado, se mobilizaram e divulgaram vídeos na internet para chamar atenção à situação de Freitas e de sua família de Patos, interior de Pernambuco.

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O R7 divulgou que após a repercussão sobre a situação do jovem, a família conseguiu que ele fosse internado no Hospital das Clínicas de Recife, local para onde foi levado na madrugada desta quinta-feira (9). O jovem pernambucano fará regime alimentar para perder peso e poder realizar uma redução de estômago. Em entrevista, a mãe, Cacilda Freitas, 52 anos, diz que o rapaz está com 420 kg e não consegue mais sair de casa.

Foi uma associação de João Pessoa (PB) que, após se solidarizar com a situação, conseguiu a internação no hospital de Recife, conta a mãe. A Prefeitura de Patos, local em que a família mora, contratou um guindaste e uma van, que terá todos os bancos retirados para que Carlinhos caiba no transporte e seja levado ao hospital.

"A situação é muito difícil. Ele só fica sentado, tem que se arrastar pela sala para poder se mexer. Ele passa o dia jogando videogame e olhando a vida passar sentado perto da porta", explica a mãe.

"Para dar banho é quase impossível, eu e minha filha temos que arrastá-lo, virá-lo e isso demanda muita força. Ele fica na sala e nós jogamos os baldes para lavar o corpo dele".

Fabiana, irmã de Carlinhos, contou que, na hora do banho, precisa chamar os vizinhos para ajudar. "Ele é muito pesado. Eu e minha mãe não conseguimos fazer isso sozinhas. E ainda tem a questão de que ele não pode ficar muito tempo de barriga para baixo, porque fica sem ar".

Cacilda ainda conta que a família luta para construir uma casa ao lado de sua moradia atual para que Carlinhos fique mais confortável e consiga viver melhor. "Nossa situação financeira é muito complicada. Somos muito simples. Eu parei de trabalhar por causa dele e vivemos com o salário mínimo que ele recebe. Como ele parou de andar há cerca de cinco anos, queria dar um lugar melhor para ele ficar, onde tenha mais comodidade e uma vida mais digna", lamenta a mãe.

Segundo a publicação, Carlinhos também possui um distúrbio mental, que foi provocado quando ele ainda era recém-nascido. A mãe contou que o menino passou uma noite inteira convulsionando em um dos primeiros meses de vida, mas como a família mora em um local afastado e sem condições de transporte, Cacilda diz que aguardou que ele melhorasse sem auxílio médico.

"Eu morava num sítio na época. Ele convulsionou a noite toda, mas quando parou, eu achei que estava tudo bem. A questão é que ele ficou com sequelas. Ele teve dificuldades para aprender a andar, aprender a falar", relata.

A situação do jovem complicou quando ele tinha 15 anos. Segundo a mãe, ele sempre foi gordinho, e ela achou que era algo normal. "Eu pensei que fosse de família. Os pais do meu marido eram bem gordos. Mas quando ele chegou aos 15 anos não parava de engordar. É muito triste ver um filho nessa situação e não poder fazer nada. Vê-lo em casa, sentado o dia inteiro, sem poder sair e ter contato com as pessoas como um adulto normal é muito triste".

O rapaz chegou a frequentar a escola até os 15 anos. No entanto, por ser muito agitado e um pouco agressivo, a diretora teria pedido que ele não continuasse estudando. A mãe então encontrou uma escola para pessoas especiais, mas que, aos 15 anos, por conta da doença mental, ela preferiu tirá-lo. "Ele não estava aprendendo nada e não deixava os outros aprenderem. Achei que seria melhor deixar ele em casa mesmo. Ele já estava engordando e não conseguia se relacionar com outras pessoas normalmente", explica.

Carlinhos necessita tomar medicamentos para dormir e, além disso, por causa do excesso de pele, ele precisa passar pomadas e tomar remédios, porque está com assaduras em todo o corpo; esclarece Cacilda.

No hospital, a mãe e a irmã irão acompanhá-lo durante o tratamento que, segundo a mãe, deve levar mais de um ano. "Vamos revezar eu e a Fabi. Cada uma vai ficar uma semana com ele no hospital. Não podemos deixar a casa sozinha. A gente está se esforçando o máximo que pode para cuidar dele".

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