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Os riscos das alterações climáticas "devem ser avaliados da mesma forma que as ameaças à segurança nacional ou à saúde pública", defende um grupo de cientistas em relatório da Universidade de Cambridge, no Reino Unido.
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No documento, publicado nesta segunda-feira (13), cientistas do Reino Unido, Estados Unidos, China e Índia, especialistas na análise de riscos energéticos, financeiros e militares, desenvolveram um estudo sobre os riscos das alterações climáticas para ajudar os políticos a priorizar a questão.
O mundo não pode continuar analisando a questão do aquecimento global como um problema de previsões meteorológicas das temperaturas a longo prazo, defendem. Eles ainda acrescentam que os riscos das alterações climáticas devem ser avaliados considerando os "piores cenários".
O relatório salienta os verdadeiros riscos que o crescente aquecimento coloca, evidenciando que, ao ritmo atual de emissões de carbono, "o mais provável é se verificar um aumento da temperatura de 4 graus Celsius" já na segunda metade deste século.
Os especialistas alertam que "as maiores ameaças advêm dos riscos sistêmicos", das interações entre as pessoas, os mercados e os governos. Segundo eles, é preciso conhecer os limites da tolerância humana ao calor e a subsistência da agricultura, uma vez que, no caso de estes limites serem excedidos, isso poderá levar a mortes em grande escala, à progressiva diminuição das colheitas agrícolas e à incapacidade das cidades costeiras de se adaptarem com sucesso à subida do nível do mar.
O relatório adverte ainda para as questões de segurança decorrentes dos altos níveis de aquecimento, como o aumento das populações competindo por recursos, levando a que as migrações se "tornem mais uma necessidade do que uma escolha, ameaçando a estabilidade dos países atualmente considerados desenvolvidos" e desafiando a capacidade humanitária mundial.
O estudo foi encomendado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, como uma contribuição independente para o debate sobre as alterações climáticas.