Petista, Luxemburgo previu cumprimento a Bolsonaro no Palmeiras

Na visão do treinador, é "frescura" criticar o direito de Jair Bolsonaro de expressar torcida por uma equipe

© Getty Images

Esporte Treinador 03/01/20 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em seu canal no YouTube, Vanderlei Luxemburgo, 67, tem um vídeo intitulado "Luxemburgo x Bolsonaro e o Palmeiras", publicado em dezembro de 2018. Nele, o técnico expressa sua opinião sobre a presença do então presidente eleito em alguns jogos do time alviverde, situação que ele classifica como "normal".

PUB

Na visão do treinador, é "frescura" criticar o direito de Jair Bolsonaro de expressar torcida por uma equipe apenas pelo fato de ele ser um político. Da mesma forma, Luxemburgo, como figura pública do esporte, defende o seu direito de opinar sobre tudo, inclusive política.

"Eu não posso perder esse privilégio de ser um cidadão brasileiro dentro de uma democracia que tem liberdade para todo mundo", afirmou o treinador, em entrevista à Folha de S.Paulo "Às vezes, as pessoas [nos] tratam de forma diferente. Acham que nós, pessoas públicas, deixamos de ser cidadãos", acrescenta.

O "Canal do Luxa" tem 96 mil inscritos. A página do treinador no Instagram possui um pouco mais que o dobro, com 200 mil seguidores, só atrás do perfil dele no Twitter, que soma 511 mil. Para esse público, o treinador fala sobre futebol, política e, menos frequentemente, sua vida pessoal.

No vídeo em que fala sobre a relação do presidente com sua atual equipe, Luxemburgo afirma que futebol e política se misturam. "Quando a seleção ganha uma competição, tem de ir lá cumprimentar o presidente e ser recebido por ele. Não vejo problema nenhum nisso. São coisas pequenas, insignificantes dentro do contexto geral do Brasil."

Ele afirmou, ainda, que, caso fosse contratado pelo Palmeiras e encontrasse com Bolsonaro no estádio, poderia cumprimentá-lo "independentemente de ideologias diferentes".

Um ano depois de sua declaração, o técnico acertou o retorno ao time alviverde, em dezembro de 2019. No dia do anúncio da contratação, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, publicou uma postagem no Twitter em que celebrava a chegada do treinador.

"Castigo para quem imagina que o Palmeiras tem lado que não seja a alegria de sua torcida! E não sou palmeirense! Viva Rosa Luxemburgo, viva a Esquerda e a luta do povo, viva Lula!", escreveu Gleisi.

A dirigente petista publicou um vídeo de uma entrevista do técnico do Palmeiras. Nela, Luxemburgo disse ser "de esquerda, porque a democracia tem de prevalecer", e que "Sergio Moro vem sendo visto como o grande mocinho do Brasil", mas "jogou a Constituição no lixo, mandou prender e matar e passou por cima de todo mundo".

O treinador é filiado ao PT e amigo de Lula. Esteve na sede do Sindicato dos Metalúrgicos, em São Bernardo do Campo, no dia 7 de abril, quando o ex-presidente foi preso.

Em 2008, um dos filhos de Lula, Luis Claúdio, trabalhou com a equipe da preparação física do Palmeiras, quando Luxemburgo era treinador.

Em 2020, o treinador terá a sua quinta passagem no clube, pelo qual ele foi bicampeão brasileiro (1993 e 1994), ganhou quatro vezes o Paulista (1993, 1994, 1996 e 2008) e conquistou o Rio-São Paulo de 1993.

Ele não era a primeira opção para o lugar de Mano Menezes, demitido em 1º de dezembro. O argentino Jorge Sampaoli, 59, ex-treinador do Santos, era o nome preferido da diretoria alviverde, mas as partes não chegaram a um acordo financeiro.

Ao tentar a contratação do estrangeiro, o Palmeiras argumentava que buscava um nome capaz de fazer o time ser competitivo ao mesmo tempo em que apresentasse um futebol mais ofensivo, como o português Jorge Jesus, 65, conseguiu com o Flamengo, campeão brasileiro e da Libertadores, além de vice-campeão mundial nesta temporada.

Luxemburgo diz não se incomodar com o sucesso de treinadores vindos do exterior. O que lhe deixa irritado são as críticas aos profissionais do país. "Depois da Copa e do 7 a 1, o treinador brasileiro passou a não prestar", afirma.

Ele próprio já teve a experiência de ser um técnico estrangeiro, quando treinou o Real Madrid, da Espanha, em 2005. Ele conta que foi bem recebido. "No Brasil execraram muito o treinador brasileiro e exaltam o estrangeiro. Lá, não. Na Espanha é normal o estrangeiro ter cobrança."

Ao ser questionado sobre a possibilidade de um técnico estrangeiro assumir um dia a seleção brasileira, Luxemburgo, porém, mantém a linha de valorizar os compatriotas.

"A CBF que tem de ver se vale a pena ou não [contratar um treinador do exterior]. Não podemos esquecer que nós fomos pentacampeões do mundo com treinadores brasileiros", destacou.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

economia Dinheiro Há 7 Horas

Entenda o que muda no salário mínimo, no abono do PIS e no BPC

mundo Estados Unidos Há 7 Horas

Momento em que menino de 8 anos salva colega que engasgava viraliza

fama Patrick Swayze Há 20 Horas

Atriz relembra cena de sexo com Patrick Swayze: "Ele estava bêbado"

brasil Tragédia Há 7 Horas

Vereador gravou vídeo na ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira pouco antes de desabamento

fama Mal de parkinson Há 22 Horas

Famosos que sofrem da doença de Parkinson

fama Emergência Médica Há 8 Horas

Gusttavo Lima permanece internado e sem previsão de alta, diz assessoria

brasil Tragédia Há 7 Horas

Mãe de dono da aeronave que caiu em Gramado morreu em acidente com avião da família há 14 anos

tech Aplicativo Há 6 Horas

WhatsApp abandona celulares Android antigos no dia 1 de janeiro

fama Condenados Há 15 Horas

Famosos que estão na prisão (alguns em prisão perpétua)

justica Minas Gerais Há 6 Horas

Motociclista tenta fugir de blitz e leva paulada de policiais; vídeo