© Divulgação
Um relatório publicado pela Anistia Internacional revela que o Irã executou 694 pessoas em pouco mais de seis meses - entre 1º de janeiro e 15 de julho deste ano. O assombroso número equivale a mais de três execuções por dia.
PUB
Ainda segundo dados da Anistia, o Irã executou em 2015 mais gente do que durante 2014. As penas de morte foram mantidas inclusive no Ramadã, mês considerado sagrado pelos muçulmanos.
A marca também mostra um descompasso do Irã com o resto do mundo, de acordo com o Brasil Post: enquanto o número de executados no país pode passar de 1 mil até o final do ano, somente em 2015, três países aboliram a pena de morte.
O caso do Irã é alarmante, principalmente porque, não raro, os detentos são privados da defesa de um advogado na fase de investigação e os procedimentos de apelação, perdão e comutação da pena são realizados de forma totalmente inadequada, segundo o Brasil Post.
A maioria dos condenados à morte em 2015 receberam a pena por acusações relacionadas ao tráfico de drogas. A lei iraniana prevê pena de morte para quem trafica mais de 5 kg de narcóticos derivados do ópio ou mais de 30 gramas de heroína, morfina, cocaína ou derivados químicos. "Por anos, as autoridades iranianas tem usado a pena de morte para espalhar o clima de medo em um esforço desencaminhado para combater o tráfico de drogas, e não há um traço de evidência que mostre que este é um método efetivo de combater o crime", afirma Boumedouha, vice-diretor da Anistia Internacional no Oriente-Médio e Norte da África.