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"Tenho sido coerente em todo o continente africano quanto a esta questão: creio no princípio segundo o qual cada um deve ser tratado de forma igual perante a lei (...) e que o Estado não deve discriminar ninguém em função da sua orientação sexual", afirmou Obama em Nairobi, em uma conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo queniano, Uhuru Kenyatta.
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"Enquanto afro-norte-americano nos Estados Unidos, estou dolorosamente consciente das consequências da discriminação", acrescentou.
Obama afirmou que a ideia de que uma pessoa é discriminada "por causa de quem ama é errada -- ponto final".
"O Estado não tem de utilizar como argumento a doutrina religiosa", defendeu.
O chefe de Estado norte-americano pronunciou-se também sobre as eleições presidenciais do Burundi, na África Central, que deram um controverso terceiro mandato ao presidente, Pierre Nkurunziza, considerando que "não foram credíveis".
"Também falamos do Burundi, onde as recentes eleições não foram credíveis", declarou, no final de uma reunião com Kenyatta.
"Apelamos ao governo e à oposição [burundianos] para que estabeleçam um diálogo que conduza a uma solução política para a crise e evite a perda de mais vidas inocentes", frisou.
Barack Obama deixou igualmente um apelo para o fim da "terrível guerra civil" no Sudão do Sul, que há 19 meses devasta o país, instando os beligerantes a colocarem "o seu país em primeiro lugar".
"A situação é terrível. Consideramos que a melhor forma de terminar aos combates é os dirigentes sul-sudaneses coloquem o seu país em primeiro lugar, com a ajuda de um acordo de paz que ponha fim aos combates", declarou à imprensa.
Por último, o presidente norte-americano falou das redes islâmicas somalis Shabab, ligadas à Al-Qaeda, afirmando que estas se encontram "enfraquecidas" na África Oriental, mas os riscos derivados da sua presença na região se mantêm.
"Temos reduzido de forma sistemática os territórios que os combatentes Shabab controlam. Conseguimos reduzir a sua atividade na Somália e enfraquecemos essas redes que operam aqui na África Oriental, mas isso não quer dizer que o problema esteja resolvido", sublinhou Obama.