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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O governo Jair Bolsonaro prepara a veiculação em fevereiro de uma campanha publicitária para desestimular adolescentes e jovens a iniciarem de maneira precoce a vida sexual.
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O conteúdo tem sido discutido entre os Ministérios das Mulheres, da Família e dos Direitos Humanos; da Saúde; e da Educação.
A ideia é que a campanha seja viabilizada no início do próximo mês, durante a semana nacional de prevenção da gravidez na adolescência. O Carnaval neste ano acontece no final de fevereiro.
A ideia central da publicidade é estimular a reflexão sobre o momento certo para o início da vida sexual e as consequências negativas de um processo prematuro. A campanha também deve abordar a importância do afeto e do carinho.
Para evitar críticas, o governo pretende deixar claro na campanha nacional que a escolha sobre o momento de iniciar a vida sexual cabe exclusivamente ao adolescente e que, caso ele decida começar de maneira precoce, é importante usar contraceptivos.
Em paralelo, a gestão federal continuará com a campanha de estímulo ao uso da camisinha, sobretudo no período do Carnaval, com a distribuição de exemplares gratuitos em locais de concentrações de foliões.
No início do mês, a secretária nacional da Família, Angela Gandra Martins, disse à reportagem que a pasta avalia modelos de políticas "de escolhi esperar, de retardar a relação sexual".
Segundo ela, a ideia é criar um programa para conscientizar jovens sobre o que é uma relação sexual e sobre suas consequências.
Questionada se a proposta também deve estimular a oferta e uso de preservativos, Martins afirma que a pasta estuda uma "nova visão" e "outro caminho" para o combate à gravidez na adolescência.
Em nota, o ministério comandado por Damares Alves afirmou que a política do uso de contraceptivos está a cargo do Ministério da Saúde e que o modelo será complementar.
A pasta disse ainda que "os contraceptivos não apresentam 100% de eficácia" – a maioria dos métodos mais conhecidos de prevenção, porém, tem eficácia que chega a 99%, se seguidas as recomendações de uso.
A proposta é semelhante à defendida por movimentos como o Eu Escolhi Esperar, que defende que jovens cristãos esperem o casamento para terem relações sexuais.
Procurado pela reportagem, o Ministério da Saúde disse que não vai comentar. Já a pasta das Mulheres afirmou que o conteúdo da campanha ainda não foi definido.