Grama sintética para o Palmeiras custará R$ 10 milhões, diz WTorre

Nas próximas quatro semanas, serão colocadas uma manta de amortecimento e borrachas termoplásticas no campo do Allianz Parque

© iStok / FOTOKITA

Esporte Allianz Parque 21/01/20 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O investimento para que o Palmeiras tenha gramado sintético no Allianz Parque e na Academia de Futebol será de R$ 10 milhões, de acordo com a WTorre, empresa responsável por administrar o estádio alviverde.

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Desse montante, 70% serão investidos pela própria construtora para a obra na arena, enquanto 30% serão destinados pelo clube à reforma em um dos campos do centro de treinamento. O Palmeiras, em nota, não confirmou os valores.

A primeira parte da implementação de grama sintética no Allianz Parque deverá ser finalizada nesta terça-feira (21). A etapa é composta pela retirada da vegetação natural e da areia que dava sustentação a ela, além do nivelamento do piso e da colocação de camadas de brita que farão parte do sistema de drenagem.

Nas próximas quatro semanas, serão colocadas uma manta de amortecimento e borrachas termoplásticas, com função de diminuir impacto e temperatura, antes da grama sintética. O mesmo será feito para o novo gramado do centro de treinamento. Ambos têm previsão de conclusão no fim de fevereiro.

Segundo o diretor de operações da WTorre, Mike Willian, uma das fontes de receita para o pagamento da reforma será a exposição da marca da Soccer Grass, responsável pela colocação do gramado. O próprio Palmeiras também fará divulgações da empresa em suas mídias sociais.

"É um contrato que tem esse valor [R$ 10 milhões], mas também contrapartidas de entregas de marketing para o parceiro que está operando", diz Willian à reportagem.

No acordo fechado entre as partes, está definido um parcelamento de até 30 meses, os seis primeiros com parcelas maiores.

As 24 prestações com menor valor terão custo próximo ao que a empresa gastava com a manutenção da grama natural. Isso será possível, segundo a administradora da arena, devido à previsão de economia com a manutenção do gramado, que deverá ser reduzida em até 85% por mês.

"Antes, a gente gastava de R$ 75 mil a R$ 80 mil com manutenção [mensal]. Agora, o custo fixo será de R$ 25 mil", diz o diretor de operações. "Ele [gramado sintético] não tem manutenção todos os dias. É mais uma preservação após chuvas ou um evento. O trabalho maior é com limpeza."

A WTorre prevê, ainda, economizar energia elétrica, pois a empresa tinha um custo estimado em R$ 100 mil mensais com o uso de luz artificial para manter a qualidade da grama natural -o gramado sintético do Allianz Parque tem validade de 12 anos, mas a sua garantia em contrato é de 8.

Com a mudança no tipo de gramado e a expectativa de gastar menos tempo com manutenção, a empresa que administra o estádio espera aumentar de 5% a 10% o número de shows no local, ter 30% a mais de eventos corporativos e reduzir o número de jogos que o Palmeiras tem de fazer longe de sua arena.

No ano passado, o time fez oito partidas fora do Allianz por esse motivo. "Este ano, esperamos que esse número reduza para quatro", afirma o diretor da WTorre. Isso considerando o período pós-implementação, sem contar os jogos contra São Paulo (dia 26) e Oeste (29), pelo Paulista.

Um dos duelos que o Palmeiras teve de fazer fora de sua arena em 2019 ocorreu diante do Grêmio, nas quartas de final da Libertadores, quando a equipe palmeirense acabou eliminada com uma derrota no Pacaembu. O fato de fazer uma partida decisiva longe de seus domínios irritou a torcida palmeirense.

Na ocasião, o Allianz Parque não pôde receber o confronto pois havia recebido um show da dupla Sandy & Júnior dois dias antes. A Conmebol exige ter acesso aos estádios que recebem os jogos do torneio continental com 72 horas de antecedência, o que inviabilizou a realização do duelo no local.

Conflitos de datas como esse ainda devem ocorrer no Allianz Parque em 2020. A WTorre argumenta que grandes eventos musicais são agendados com cerca de 12 meses de antecedência, enquanto o calendário das fases de mata-mata da Copa do Brasil e da Libertadores são definidos ao longo do ano. 

Por isso, segundo Mike Willian, a troca de gramado tem como objetivo principal garantir a qualidade do campo para os jogos do time alviverde, e não necessariamente evitar que o time jogue fora do seu estádio.

"O Palmeiras tinha uma cobrança muito grande para ter um gramado que não fizesse o time parecer estar estreando em seu estádio a cada jogo. O maior benefício que o Palmeiras terá é saber qual é o gramado que o time vai encontrar", afirmou.

Por meio de sua assessoria de comunicação, o Palmeiras disse que a "decisão da utilização do gramado sintético não foi norteada pela economia e sim pela qualidade do piso para a prática do futebol. Também pesou na decisão a possibilidade de reduzir o número de jogos fora do Allianz Parque, em virtude do menor prazo para liberar o gramado para jogo, após os shows."

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