© DR
O país começou o ano e entrou no segundo semestre de 2015 em meio a instabilidade, mas a democracia do país está "sólida e madura", acredita a cientista política Maria do Socorro Sousa Braga, da Associação Brasileira de Ciência Política, que também é professora da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
PUB
Em entrevista ao site Rede Brasil Atual, a analista disse que esta nova onda de conservadorismo e revanchismo promovida por partidos de oposição, que estão convocando manifestações para o impeachment de Dilma, são parte da história. No Congresso, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ, já anunciou que não vai facilitar a vida do governo. Para completar a economia enfrenta problemas, com queda no nível de emprego, perda de poder aquisitivo do trabalhador e recuo de investimentos.
Na avaliação de Maria do Socorro, agosto vai ser um mês difícil, até pelo os desafetos do governo."Cunha realmente conseguiu atrair para o seu campo de influência elementos, parlamentares e outros políticos da oposição. Isso acabou fortalecendo os interesses dele, e mesmo da oposição", diz a cientista política.
Maria do Socorro, também acrescenta dois outros fatores que influenciam na crise da imagem e governabilidade da presidenta Dilma: a atuação da imprensa, que ataca sem parar, e da oposição que não aceitou a derrota eleitoral.
"A grande mídia está fazendo esse papel absurdo, de criar uma agenda e levar a uma instabilidade para o governo hoje. Então, a presidenta, e o grupo político que está à frente, precisam se preocupar muito com a questão da comunicação com a sociedade. Porque a população acaba se orientando só pelo que a grande mídia está pautando."
Para ela, o problema está principalmente na classe política e nos partidos. "A ida da sociedade às ruas é expressão de uma democracia mais madura. Agora, a classe política está sendo questionada, seja quem está hoje na situação, seja quem está na oposição."