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RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Deborah Secco está pronta para entrar em cena. Vestida, maquiada, com o texto na ponta da língua. Mesmo assim, ela encontra tempo e disposição para conversar comigo, enquanto aguarda ser chamada para gravar.
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Atriz profissional desde os nove anos de idade (ela está com 40), Deborah sabe que, tão importante quanto trabalhar, é promover esse trabalho. E a sua nova empreitada é a novela "Salve-se Quem Puder", de Daniel Ortiz, que estreia na Globo nesta segunda (27), na faixa das 19 horas.
Mas não é difícil gravar de segunda a sábado, ainda mais quando se tem uma filha pequena. Para complicar, Maria Flor, de quatro anos, está de férias. "A sorte é que minha mãe mora em outro bloco no mesmo condomínio que eu, e me dá a maior força", conta a atriz.
"Lá também tem muita criança, então a Maria passa o dia na piscina com os amiguinhos. E como tem aniversário! São tantos, que eu tenho até um armário cheio de presentes já comprados. Tudo massinha, para não ter erro", afirma Secco.
"A coisa mais importante que eu posso dar para a minha filha é o meu exemplo", prossegue ela. "Eu sempre falo para a Maria: mamãe vai trabalhar porque gosta, do mesmo jeito que você vai ao parquinho com as suas amigas. O trabalho é o parquinho da mamãe."
"Com ela, eu não relaciono trabalho a dinheiro. Eu quero que ela entenda o trabalho como prazer, como alegria, porque para mim sempre foi isso. O dinheiro é consequência - uma grata consequência, é claro."
Deborah está especialmente feliz com "Salve-se Quem Puder", porque se trata de uma comédia. "Minha última novela, 'Segundo Sol' (2018), foi muito pesada. E eu amo fazer rir. Tive personagens cômicas muito marcantes, como a Darlene de 'Celebridade' (2003) ou a Dorothy Lamour de 'Insensato Coração' (2011). Depois eu ainda fui dirigida por João Falcão na sitcom 'Louco por Elas' (2012-2013), um presente."
Além de exigir seu talento de comediante, o personagem de Deborah no novo folhetim impõe um desafio a mais: Alexia Máximo é uma atriz consagrada do teatro musical, prestes a estrear em sua primeira novela na Globo.
"Eu sempre cantei. Nas minhas festinhas, costumo cantar músicas de Caetano, Chico... Só MPB, porque eu não falo inglês", ri ela. "Mas precisei fazer aulas de canto e dança para encarar a Alexia. Quando acabar a novela, estou pensando em montar um espetáculo musical, talvez para crianças. Para a minha filha me ver no palco."
Deborah não costuma muito fazer teatro. Para celebrar os 30 anos de carreira, excursionou pelo Brasil com o monólogo "Uma Noite Dessas", escrito especialmente para ela por Hamilton Vaz Pereira. "Foram seis meses de turnê. Aí eu quis parar: não aguento ficar tantos finais de semana longe da família".
Pergunto se, depois de afinar suas habilidades musicais, ela não se arriscaria no PopStar, o concurso de calouros famosos da Globo. Deborah ri. "Não estou preparada! Cantar em público é se expor muito." Mas ela mesma lembra que nada pode ser mais difícil do que a "Dança no Gelo", competição dentro do Domingão do Faustão de que ela participou em 2006.
"Eu gosto de me arriscar. Não venho para o estúdio com o intuito de acertar. Venho com vontade de propor coisas", conclui ela. E lembra de uma frase de Daniel Filho, que a dirigiu na série "Confissões de Adolescente" (1994, Cultura), em que teve um de seus primeiros papéis de destaque: "Ator bom é aquele que se propõe a errar".