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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Fundação Bill e Melinda Gates anunciou nesta quarta (5) a doação de US$ 100 milhões (R$ 424 milhões) para pesquisa e tratamento contra a epidemia de coronavírus, em resposta a um pedido da OMS (Organização Mundial da Saúde) de US$ 675 milhões (R$ 2,86 bilhões) em contribuições globais para combater a propagação da doença, que já ultrapassou a 24 mil casos.
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Segundo o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, existe uma janela de oportunidade para controlar a epidemia porque, até o momento, apenas 190 casos são confirmados fora da China.
A OMS pretende usar o montante solicitado para um plano de resposta de três meses. Cerca de US$ 60 milhões serão destinados ao financiamento de suas operações, enquanto o restante será direcionado a países com sistemas de saúde menos robustos e com risco de epidemia.
"US$ 675 milhões são muito dinheiro, mas é muito menor do que a conta que enfrentaremos se não investirmos em preparação agora durante a janela de oportunidade que temos", disse Ghebreyesus, durante entrevista coletiva nesta quarta.
Mais da metade do valor doado pela Fundação Bill e Melinda Gates, US$ 60 bilhões (R$ 254 milhões) será destinado às pesquisas de vacinas contra o coronavírus, tratamentos e ferramentas de diagnóstico.
Outros 20 milhões (R$ 84,8 milhões) vão para as autoridades de saúde pública de países da África Subsaariana e do Sudeste Asiático, regiões que foram afetadas por epidemias recentes, incluindo o ebola e a pandemia do H1N1.
"Organizações multilaterais, governos, setor privado e organizações filantrópicas devem trabalhar juntas para conter a epidemia, ajudar os países a proteger seus cidadãos mais vulneráveis e acelerar o desenvolvimento de ferramentas para controlar a epidemia", disse o diretor-geral da Fundação Gates, Mark Suzman.
Dos US$ 100 milhões da fundação, US$ 20 milhões serão destinados a instituições como a OMS, os CDCs (Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos) e seu equivalente na China, bem como a Comissão Nacional de Saúde da China.
No Brasil, o Ministério da Saúde pretende investir cerca de R$ 140 milhões para compra de máscaras, toucas, luvas e outros insumos como medicamentos em caso de necessidade devido ao novo coronavírus. O objetivo é reforçar os estoques da rede de saúde e evitar um cenário de falta desses materiais no mercado, em um contexto em que cresce a busca por máscaras de proteção.