Irmão de Eduardo Campos diz sofrer ameaça e pede proteção a Moro

Sem apresentar detalhes publicamente, ele relata que vem sofrendo ameaças de morte por denunciar irregularidades que teriam sido praticadas pelo PSB

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Política Proteção 11/02/20 POR Folhapress

RECIFE, PE (FOLHAPRESS) - O advogado Antônio Campos, irmão do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos e filho da ministra do TCU (Tribunal de Contas da União) Ana Arraes, pediu proteção de vida na tarde desta terça-feira (11) ao ministro da Justiça, Sergio Moro.

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Sem apresentar detalhes publicamente, ele relata que vem sofrendo ameaças de morte por denunciar irregularidades que teriam sido praticadas pelo PSB (Partido Socialista Brasileiro) em Pernambuco.

Tonca, como é conhecido no estado, preside a Fundaj (Fundação Joaquim Nabuco), ligada ao MEC (Ministério da Educação).

No documento, também encaminhado à superintendência da Polícia Federal em PE e à Procuradoria da República no estado, Antônio Campos diz que na última sexta-feira (8) prestou depoimento como testemunha ao MPF (Ministério Público Federal).

Ele declara que apresentou documentos sobre as ameaças. Procurado pela reportagem, o advogado Weryd Simões disse que não poderia entrar em detalhes porque o caso estaria em sigilo. As ameaças teriam se intensificado, conforme Antônio Campos, após ter concedido entrevista à revista Época. O veículo publicou reportagem sobre desentendimentos na família Campos.

Após a morte de Eduardo Campos, em agosto de 2014, Tonca rompeu com a viúva do ex-governador, Renata Campos.

"Considerando a relevância de minhas declarações para esclarecimentos de fatos em investigação e que venho sofrendo ameaças diretas e veladas, venho comunicar tal fato que me encontro sob risco de vida, necessitando da proteção estatal, tanto para proteger minha integridade física, como para garantir o que preciso ainda testemunhar", diz no documento.

Em dezembro, após receber críticas do deputado federal João Campos (PSB), sobrinho de Tonca, durante audiência na Câmara, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, lembrou que o tio do parlamentar trabalhava com ele no MEC.

No mesmo momento, João disse que não tinha relação com Antônio Campos e destacou que ele era um "sujeito pior" do que o ministro. A declaração foi reprovada publicamente pela avó do deputado, a ministra do TCU Ana Arraes.

Em nota após o episódio, Antônio Campos disse que João havia "sido nutrido na mamadeira da Odebrecht", a principal construtora apontada pela Lava Jato como integrante de financiamento ilegal de campanhas políticas.

Questionado sobre o depoimento de Antônio Campos, a Procuradoria da República em Pernambuco comunicou que não falaria sobre o assunto.

A Polícia Federal informou que ainda não havia decisão sobre o pedido.

Em nota, o PSB refutou o que classificou de insinuações do advogado Weryd Simões de que as supostas ameaças sofridas por seu cliente teriam alguma relação com membros do partido.

"Relacionar a prática de ameaças ao PSB é desconhecer a história do partido", diz o comunicado da sigla.

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