© Carlos Garcia Rawlins/Reuters
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O líder opositor Juan Guaidó voltou à Venezuela nesta terça-feira (11), após uma turnê internacional que durou 23 dias. Simpatizantes do ditador Nicolás Maduro gritaram insultos contra ele e atingiram seu carro com cones de trânsito e bastões, na saída do aeroporto internacional Simón Bolívar, na região de Caracas.
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Houve também empurrões e troca de insultos entre os apoiadores de Guaidó e os de Maduro.
Quando confirmada a chegada do opositor, o aeroporto virou um formigueiro, com uma imensa multidão formada por apoiadores de Maduro. Guaidó viajou de Portugal à Venezuela em um voo da companhia aérea TAP, segundo informações da sua assessoria de imprensa.
"Trago o compromisso do mundo livre, disposto a nos ajudar a recuperar a democracia e a liberdade. Começa um novo momento que não admitirá retrocessos e que precisa que todos façam o que precisam fazer", escreveu Guaidó em sua conta no Twitter.
Com uma camisa branca e um crucifixo de madeira no peito, o opositor chegou ao aeroporto escoltado, enquanto a multidão tentava se aproximar. Deputados opositores e jornalistas acabaram sendo agredidos -os profissionais de imprensa disseram que foram atacados e roubados enquanto cobriam a chegada de Guaidó.
Sua última parada foi nos Estados Unidos, onde foi recebido pelo presidente Donald Trump, que prometeu "esmagar" a tirania do governo de Nicolás Maduro. Antes, foi recebido como chefe de Estado da Venezuela no Reino Unido e na França e foi aplaudido como herói pelos imigrantes venezuelanos na Espanha.
O político de 36 anos havia deixado o país clandestinamente no último 19 de janeiro, já que está proibido de sair da Venezuela por diversos motivos judiciais. Nesta terça, ao voltar, publicou uma foto em frente a um funcionário da imigração.
Guaido, que é reconhecido por mais de 50 países como presidente legítimo da Venezuela, espera reviver o bom momento que teve no início de 2019, quando liderou uma onda de protestos contra Maduro por violações dos direitos humanos.
Há mais de um ano Guaidó se autoproclamou presidente interino da Venezuela, depois que Maduro assumiu um segundo mandato questionado após irregularidades nas eleições de 2018.
O sucessor de Hugo Chávez permanece no poder, apesar das sanções dos Estados Unidos, incluindo um embargo de fato ao petróleo bruto da Venezuela que é crucial para sua economia, em forte recessão desde 2013.
O colapso econômico da Venezuela com Maduro levou quase 5 milhões de pessoas a deixarem o país, criando uma crise migratória nas nações latinas vizinhas.
Maduro conta com o apoio da China e da Rússia.