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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (13) que deve enviar na próxima semana ao Congresso a proposta de reforma administrativa, após a sinalização de que o texto não seria enviado. Bolsonaro afirmou ainda que não responde pelos atos do ministro Paulo Guedes (Economia).
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Na saída do Palácio da Alvorada, Bolsonaro afirmou ainda que o texto que muda a carreira pública não trará mudanças nos direitos atuais dos servidores, como a estabilidade.
"Está muito tranquila a reforma. Não será mexido nos direitos atuais dos servidores, inclusive a questão da estabilidade. Quem é servidor continua com a estabilidade sem problema nenhum", disse Bolsonaro. "As mudanças propostas ao Congresso valeriam para os futuros servidores", acrescentou.
O presidente declarou também que algumas categorias - como Polícia Federal, Forças Armadas e Receita - teriam "diferenciação", como a manutenção da estabilidade. A reforma administrativa deverá alterar, por exemplo, o regime de contratação e planos de carreira do serviço público.
Nesta semana, o governo passou a avaliar a desistência do envio de uma proposta própria ao Congresso.A ideia, no entanto, foi recebida com contrariedade pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
A proposta, que começou a ser discutida entre governo e congressistas, é o Executivo deixar de enviar uma PEC (proposta de emenda à Constituição) de sua autoria e aproveitar matérias já em tramitação. A partir daí, seriam enviadas apenas sugestões ao Congresso.
A equipe econômica ainda insiste em as medidas sejam enviadas pelo Executivo a deputados e senadores. A reportagem apurou que a resistência está no núcleo político do Palácio do Planalto em razão das eleições.
Questionado nesta quinta, Bolsonaro afirmou que o Congresso tem autonomia. "[O Congresso] tem a primora, pode rejeitar o nosso, pegar o de alguém lé e melhorar. Pode tudo o Parlamento".
O presidente também foi questionado sobre as declarações do ministro Paulo Guedes (Economia), que na quarta (12) disse que um dólar um pouco mais alto é bom para todo mundo. Ao mencionar períodos em que o real esteve mais valorizado, o ministro alegou que empregada doméstica estava indo para a Disney, "uma festa danada".
"Pergunta para quem falou isso, eu respondo pelos meus atos", reagiu Bolsonaro. Desde a indicação de Guedes para o ministério, o presidente afirma que não entende nada de economia e manda interlocutores perguntarem sobre o tema ao "Posto Ipiranga", apelido dado ao ministro.
Ele, no entanto, reconheceu que como cidadão considera o valor atual do dólar "um pouquinho alto", mas ressaltou que não interfere em temas da economia.
"Está dando certo a economia por causa disso, porque eu não interfiro. Por exemplo, quando acaba a reunião do Copom, quando decide 4,25% [a taxa básica de juros], daí eu converso: 'Roberto [Campos, presidente do Banco Central], o que aconteceu?' Depois que aconteceu. Eu, como cidadão, está um pouquinho alto, está um pouquinho alto o dólar".