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Os chefes de Estado dos 15 países da África Austral vão reunir-se na segunda-feira, no Botswana, para discutir a crise alimentar que está a atingir a região, onde mais de 25 milhões de pessoas necessitam de ajuda humanitária.
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De um total de 292 milhões de habitantes, 27,4 milhões de pessoas (cerca de 10%) encontram-se em situação de carência alimentícia devido ao mau ano agrícola.
A produção de alimentos diminuiu drasticamente nos países da zona, de acordo com um relatório da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) publicado em junho.
A falta de chuva e as temperaturas elevadas causaram efeitos preocupantes no volume de colheitas.
"O número de pessoas expostas à insegurança alimentar passou de 24,3 milhões no ano passado para 27,4 milhões em 2015, refere um outro relatório da SADC a que a agência France-Presse teve acesso.
De acordo com Margaret Nyirend, do Departamento de Agricultura da SADC, os chefes de Estado que vão se reunir a partir de segunda-feira em Gaborone vão previsivelmente lançar apelos individuais de apoio para os respetivos países.
A Namíbia, o Botswana, o Malawi e o Zimbabué são os Estados mais afetados. No Malawi e no Zimbabué registra-se a pior crise alimentar dos últimos 10 anos, segundo David Orr, porta-voz do Programa Alimentar Mundial (PAM).
O Zimbabué precisa importar 700 mil toneladas de trigo para suprir a descida de 49% da produção nacional de cereais que afeta diretamente um milhão e meio de pessoas.
No Malawi, 2,8 milhões de pessoas precisam de auxílio alimentar até o final do ano. O país é habitualmente o terceiro maior produtor de trigo da região, mas vai ser obrigado a importar cereais.