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A Prefeitura de São Paulo mudou o trajeto de blocos previstos para desfilar neste fim de semana na Avenida Luís Carlos Berrini, na zona sul, e na Rua Henrique Schaumann, na zona oeste. Os dois locais tiveram casos de violência, com disparos de arma de fogo, no pré-carnaval e durante a folia da semana passada.
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Em nota, a gestão Bruno Covas (PSDB) disse ter reavaliado os trajetos do pós-carnaval em relação a três blocos. A administração municipal disse que a decisão foi tomada em conjunto com a Polícia Militar para "promover melhor segurança e conforto".
De acordo com a Prefeitura, as reuniões após "os desfiles são de praxe para avaliar o que deu certo e o que precisa de ajuste para os próximos eventos". A Polícia Militar confirmou que foi uma decisão conjunta "para oferecer melhor estrutura".
Mudou de local ontem o bloco Kebradeira, previsto para ocorrer na Henrique Schaumann e passou para a Avenida Hélio Pelegrino. Para a mesma avenida foi deslocado para hoje o bloco Vou de Táxi, que antes estava na Berrini. O terceiro bloco a sofrer alteração foi o Kaya na Gandaia, que saiu da Berrini para fazer a folia ontem na região central da cidade.
Em sua página na internet, o Vou de Táxi comentou a mudança. "O trecho do desfile é curto, porém amplo, arborizado, bonito e aparentemente mais seguro." Já o Kaya na Gandaia disse que a mudança foi um "desafio gigante" de logística. "Mas estamos encarando essa missão com a mesma garra e fé que caracterizam nosso bloco."
Problemas. Os trajetos originalmente previstos registraram casos de violência. Um policial civil reagiu, com tiros, a uma tentativa de assalto na Berrini no domingo, dia 16 de fevereiro. Cinco pessoas foram baleadas - incluindo três foliões do local. Na terça-feira passada, um homem e uma jovem (foliã) foram baleados em outra reação a assalto, na Schaumann.
O ferido é o autor da tentativa de furto, que foi socorrido e preso. A outra vítima é uma jovem de 17 anos que curtia o bloco. A Secretaria da Segurança Pública destacou que, durante a Operação Carnaval Mais Seguro, 1,5 mil pessoas foram detidas.
Vírus preocupa, mas não para folia
Entusiastas do carnaval de rua têm hoje para se despedir da folia paulistana. Segundo a programação da Prefeitura, 74 blocos percorrem as vias da capital e não há perspectiva de queda de público, mesmo com o avanço de casos do coronavírus.
O bloco da Anitta, que desfila tradicionalmente no Rio, pedirá passagem logo cedo, às 9 horas, na região do Ibirapuera, zona sul de São Paulo. É a primeira vez que a cantora de funk traz seu bloco para a capital paulista - e promete participações especiais em quatro horas. Entre as demais atrações está o trio elétrico da cantora Preta Gil, também no Ibirapuera. Para as crianças, a Orquestra Voadora, que se apresenta no carnaval do Rio, também desembarcará nas ruas do centro à tarde. O encerramento da folia ficará por conta da cantora Daniela Mercury. Seu tradicional bloco, o Pipoca da Rainha, vai descer a Rua da Consolação, a partir das 12 horas, ao som de hits do axé baiano. No ano passado, a festa de Daniela atraiu 800 mil foliões.
Aglomeração. Nem o alerta sobre o novo coronavírus, cujo segundo caso confirmado do País foi registrado na cidade de São Paulo, deve fazer paulistanos e turistas evitarem as multidões durante o pós-carnaval. É o caso da publicitária Lucineide Fonseca, de 25 anos, que pretende conferir o show da Anitta. "Acho que as pessoas estão muito assustadas, e não precisa desse alarme todo."
Mas não é preciso evitar aglomerações? Especialistas dizem Que a transmissão da doença vinda da China é possível, com a chegada de viajantes de áreas onde já há surto, mas a chance maior é de contrair outros vírus respiratórios mais comuns, como a influenza (gripe).
Nancy Bellei, infectologista da Universidade Federal de São Paulo, diz que a disseminação da influenza deve aumentar nas próximas semanas. Para quem vai para a rua, é preciso ter cuidados, como se afastar de quem tosse ou espirra. "Em ambiente aberto, como blocos, a questão é mais o contato próximo. Com gotícula, secreção, o contágio é mais difícil do que em ambientes fechados." Também para o virologista Pedro Vasconcelos, o risco em aglomerações é maior para outros vírus, como sarampo e influenza. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.