Redução de gases de efeito estufa traz ganho econômico ao país

Pelo documento, o país deve limitar as emissões a 1 bilhão de toneladas de dióxido de carbono equivalente em 2030, uma redução de 35% em relação aos níveis de 2010

© Pixabay

Brasil Observatório 02/09/15 POR Notícias ao Minuto

O Observatório do Clima, rede de 37 entidades brasileiras voltadas para a discussão das mudanças climáticas no país e no mundo, apresentou nesta quarta-feira (2) à imprensa internacional, a proposta da sociedade civil para a redução da emissão de gases de efeito estufa no Brasil. Pelo documento, o país deve limitar as emissões a 1 bilhão de toneladas de dióxido de carbono equivalente em 2030, uma redução de 35% em relação aos níveis de 2010.

PUB

Cientistas de diversas instituições estudaram a curva de emissões do Brasil e indicaram medidas para permitir que o país cumpra o desafio proposto com a redução das emissões a partir de mudanças na agricultura, geração de energia e uso da terra.

O coordenador geral do Observatório, Carlos Rittl, afirmou que, caso o governo assuma a meta, será necessário esforço, mas não sacrifício, por parte do Brasil. Para ele, quanto mais o país fizer para reduzir as emissões, mais benefícios econômicos pode ter. “O Brasil tem a capacidade de fazer diferente, e com ganhos econômicos. A mitigação de emissões nos traz grandes oportunidades, assim como não fazer nada nos traz grandes riscos”, disse.

O especialista garante que investimentos na recuperação de pastagens degradadas e na expansão da agricultura de baixo carbono, por exemplo, podem criar cadeias produtivas que vão gerar novos empregos e trazer ganhos para a economia. “Cerca de 10% do território nacional é composto por pastagens subutilizadas, degradadas ou abandonadas. A recuperação dessas áreas geraria benefícios econômicos, ao dinamizar os setores que vão atuar nesse processo, além de ter outros efeitos positivos como a diminuição da vulnerabilidade hídrica, que também traz prejuízos.”

Segundo Carlos Rittl, até o final de julho de 2015, mais de 1500 municípios do Brasil haviam decretado situação de emergência ou calamidade pública por conta de desastres ligados ao clima, como enchentes, estiagens e deslizamentos de terra. “O aquecimento global poderia piorar esse cenário.”

O documento também sugere a neutralidade de carbono no mundo em 2050 e, no Brasil, propõe a restauração de pelo menos 14 milhões de hectares de florestas nativas, aumento de energias renováveis não-hidrelétricas na geração de energia de 12% para 40%, expansão do uso de biocombustíveis e restauração de 18 milhões de hectares de pastagens degradas, entre outras medidas.

O coordenador geral do Observatório do Clima, Carlos Rittl, destacou que um dos objetivos da divulgação da proposta, considerada ambiciosa, é sensibilizar a sociedade civil de países desenvolvidos, que têm maior responsabilidade pela crise climática, a também se comprometerem e pressionarem os governos por metas ousadas de redução.

O documento do Observatório do Clima foi entregue ao governo brasileiro em junho de 2015. O governo ainda não apresentou sua proposta oficial de redução, que deve ser entregue até o dia 1º de outubro.

Contexto internacional

O anúncio do Observatório do Clima foi feito em Bonn, na Alemanha, durante reunião preparatória para a 21ª Conferência do Clima das Nações Unidas de Paris, prevista para dezembro. No encontro, representantes dos países signatários da Conferência estão elaborando o texto base que será o ponto de partida para o acordo internacional, com o objetivo de evitar que o aumento da temperatura global ultrapasse 2º Celsius, valor considerado limite por cientistas e governos para evitar mudanças catastróficas no planeta.

O secretário de Mudanças Climáticas do MMA, Carlos Klink, informa que especialistas dos ministério do Meio Ambiente, das Relações Exteriores, da Fazenda, da Agricultura, de Minas e Energia e da Ciência e Tecnologia estão participando oficialmente do debate.

O secretário avaliou que a contribuição de diversos setores para a construção da meta do Brasil é um sinal de amadurecimento do país no tema. “Fizemos consultas públicas formais no ano passado e neste ano, além de encontros com o setor industrial, financeiro, agrícola e energético."

Para o secretário, o assunto precisa ser muito debatido, pois o compromisso é sério e não dá pra voltar atrás. “Como é um acordo de caráter vinculante, é pra valer, e o compromisso assumido terá que ser cumprido.”

Segundo Klink, é preciso tomar cuidado com soluções rápidas, pois a questão do aquecimento global não é simples. “O acordo sobre clima envolve questões complexas e vai traçar políticas para o futuro do Brasil. Não é simples, não é só fazer isso ou aquilo para resolver o problema. É uma questão que exige muito planejamento e metas, mas vamos seguir na direção da redução, em busca de avanços.” Com informações da Agência Brasil.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

justica Tragédia Há 20 Horas

Motorista de caminhão envolvido em acidente em MG se apresenta à polícia

mundo Estados Unidos Há 21 Horas

Mangione se declara inocente das acusações de homicídio e terrorismo

fama Hollywood Há 21 Horas

Justin Baldoni é dispensado por agência após Blake Lively acusá-lo de assédio em filme

fama Relacionamento Há 17 Horas

Ginasta Julia Soares e ator Igor Jansen assumem namoro: 'Mais linda'

fama Realeza britânica Há 20 Horas

Rei Chales III quebra tradição real com mensagem de Natal

politica Justiça Há 21 Horas

Foragidos do 8/1 se frustram com Milei e ficam na mira da polícia na Argentina

economia Bahia Há 20 Horas

Trabalhadores em condições análogas à escravidão são resgatados de fábrica da BYD

fama Saúde Há 21 Horas

Preta Gil está acordada e conversando, mas segue na UTI, diz boletim médico

fama Escândalo Há 14 Horas

Espero que a acusação possa ajudar outras vítimas de retaliação, diz Blake Lively

esporte Futebol Há 13 Horas

Libertadores 2025 confirma todos os times e potes após definição na Colômbia