Planalto vê mais desgaste para Dilma com investigações

A presidente Dilma Rousseff conversou com vários ministros ao longo do dia, entre eles Mercadante e Edinho

© Reuters

Política Governo 07/09/15 POR Notícias ao Minuto

A investigação de dois ministros diretamente ligados à presidente Dilma Rousseff, ambos com gabinete no Palácio do Planalto, é mais um fator de desgaste para a petista, na avaliação de assessores com assento no Palácio do Planalto, e mais um ingrediente pesado ao clima político já ruim de Brasília. A apuração contra os ministros da Comunicação Social, Edinho Silva, e da Casa Civil, Aloizio Mercadante, foi autorizada por Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal.

PUB

A decisão do Supremo movimentou o domingo em Brasília. A presidente Dilma Rousseff, que depois de pedalar pela manhã, passou o resto do dia no Alvorada, conversou com vários ministros ao longo do dia, entre eles Mercadante e Edinho. Os dois fizeram questão de soltar notas ao longo do dia se defendendo das acusações. O ministro José Eduardo Cardozo, da Justiça também falou com a presidente. Hoje, todos estarão juntos com Dilma no palanque, durante as comemorações do Dia da Independência.

A preocupação é grande com a investigação baseada na delação do empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC, porque, em última instância, Dilma poderia ser atingida diretamente, corroborando com a tese do impeachment. Pessoa afirmou em delação premiada que doou R$ 7,5 milhões à campanha de Dilma em 2014, pressionado por Edinho Silva, segundo a revista Veja. Ele também apresentou à Procuradoria Geral da República documento no qual lista suposto repasse de recursos que teriam sido desviados de contratos com a Petrobrás a Mercadante e ao senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP). Os três negam as acusações.

Arquivamento

A expectativa do Palácio do Planalto é de que as investigações contra os dois ministros sejam arquivadas sem que se transformem em inquérito. Interlocutores diretos da presidente lembram, por exemplo que, no fim do mês passado, a Procuradoria-Geral da República, responsável pelas investigações da Lava Jato no STF, pediu o arquivamento do inquérito contra o ex-governador de Minas Gerais senador Antonio Anastasia (PSDB-MG).

No caso de Anastasia, a Procuradoria entendeu que não havia "elementos mínimos" para prosseguir a apuração. Antes de uma decisão, porém, a Polícia Federal encaminhou ao STF mais elementos com pedido para que a investigação continue.

Até agora, salientam esses assessores, são apenas acusações do delator, sem qualquer comprovação e não se pode ter isso como verdade porque certamente não haverá elementos para incriminar os dois auxiliares de Dilma.

Ministros consultados pelo Estado também tentaram minimizar o problema alegando que "investigação não é denúncia", que "o delator tem de provar o que está dizendo" e que já desmentiram as acusações. Nesse clima, pelo menos por enquanto, não se fala em afastamento de Mercadante e de Edinho Silva de seus cargos.

Já o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE), avaliou como "grave" serem instauradas investigações contra dois ministros muito próximos à presidente Dilma Rousseff. "Eles são peças-chave no governo e, ao serem denunciados, pioram as condições de o governo lidar com a crise", afirmou Mendonça Filho, ressaltando que todos têm o direito à defesa.

Na quarta-feira passada, Pessoa falou à Justiça Federal em Curitiba em ação sobre a Odebrecht. Ele disse depositar oficialmente na conta do PT dinheiro que seria de propina.

Procuradoria

Com base na delação premiada do empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC e apontado como "chefe" do cartel que atuou na Petrobrás, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal a abertura de investigação sobre eventuais pagamentos de propina por meio de doações eleitorais oficiais para a obtenção de contratos da estatal petrolífera.

Reeleição

O Supremo autorizou, a pedido do Ministério Público Federal, a abertura de investigação contra o tesoureiro da campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição, Edinho Silva, atual ministro de Comunicação Social.

A UTC doou R$ 7,5 milhões à campanha de Dilma em 2014 - segundo a revista Veja, Edinho teria pressionado Pessoa pelas doações em troca da "manutenção" de contratos da empreiteira com a Petrobrás. O ex-tesoureiro afirma que todas as doações recebidas em 2014 foram registradas e declaradas à Justiça, e que as contas da campanha à reeleição de Dilma Rousseff foram aprovadas no Tribunal Superior Eleitoral.

Outras campanhas

O STF autorizou ainda a investigação do ministro Aloizio Mercadante, que recebeu R$ 500 mil da UTC em 2010, quando disputou o governo de São Paulo, e do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), cuja campanha em 2010 recebeu da UTC R$ 300 mil de forma oficial e R$ 200 mil via caixa 2, segundo Ricardo Pessoa. Mercadante afirma que todas as doações recebidas em 2010 foram declaradas à Justiça.

Aloysio Nunes disse, em junho, após a delação de Pessoa ser revelada, que a doação da UTC à sua campanha em 2010 "foi legalmente arrecadada". Com informações do Estadão Conteúdo.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

economia 13º salário Há 14 Horas

INSS inicia pagamento do 13º salário para mais de 2 milhões de pessoas

fama Uberlândia Há 15 Horas

Influenciadora morre arrastada por enchente em Minas Gerais

fama Jhei Soares Há 8 Horas

Influenciadora posta vídeo horas antes de morrer: ‘Indo ser jovem’

fama Kate Cassidy Há 15 Horas

Namorada se revolta com resgate de Liam Payne: 'Poderia ser salvo'

mundo Bitcoin Há 13 Horas

Mulher revela como descartou R$ 4,1 bilhões em bitcoins do ex-namorado

fama Elon Musk Há 14 Horas

Grimes, ex de Musk, diz que ele está 'irreconhecível' e expõe disputa

fama Elie Há 14 Horas

Eliezer faz cateterismo e oculta da família: "Internado na UTI"

mundo Krish Arora Há 7 Horas

Menino britânico de 10 anos supera QI de Einstein e Hawking

fama Alexandre Pires Há 8 Horas

Morre João Pires, pai do cantor Alexandre Pires, aos 72 anos

brasil Divaldo Franco Há 12 Horas

Divaldo Franco, 97 anos, está internado para tratar câncer na bexiga