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Militares, atletas olímpicos e estudantes desfilaram, hoje (7), Dia da Independência, na Esplanada dos Ministérios, diante de um público de 25 mil pessoas. A estimativa de público é da Polícia Militar. O desfile foi aberto pela presidenta Dilma Rousseff, que chegou no Rolls Royce presidencial aberto, acenando para o público. A celebração do 7 de setembro também teve protestos na Esplanada dos Ministérios, do lado oposto ao do desfile.
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Ao longo da manhã, bandas musicais escolares, tropas da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, veículos blindados, grupamentos motorizados e da cavalaria percorreram a Esplanada dos Ministérios. Também desfilou a pirâmide humana da Polícia Militar do Distrito Federal, com 30 homens. No encerramento, os aviões da Esquadrilha da Fumaça fizeram manobras e escreveram no céu "Somos todos Brasil".
A funcionária pública Raimunda Arleide, que mora em Roraima, veio visitar uma tia e aproveitou para assistir ao desfile. Ela conta que gostou de tudo que viu e voltaria outras vezes. “Estou assistindo ao desfile pela primeira vez e gostei. Gostei da estrutura e acho que valeu a pena”, disse.
O técnico penitenciário Warlei Santos pedalou quase 30 quilômetros para chegar ao local do desfile. Ele diz que decidiu unir o esporte à importância de prestigiar a celebração do Dia da Independência. “Andei para ver o desfile porque acho importante participar da comemoração. É uma boa forma de curtir o feriado e ainda cuidar da saúde”.
O vendedor ambulante Marcone Rodrigues Mesquita vende picolés há mais de 10 anos no desfile do 7 de Setembro e ficou satisfeito com o resultado deste ano. O calor forte e o tempo seco de Brasília ajudaram, segundo ele. “Vendi a mesma quantidade dos outros anos, 270 picolés. O pessoal está com sede, quer alguma coisa gelada. Mesmo em dificuldade, sempre sobra pra gastar com um picolé nesse calor”, disse.
Além do desfile, o 7 de Setembro teve manifestações marcadas pela diversidade de organizações e de posicionamentos. Enquanto de um lado da Esplanada dos Ministérios acontecia o desfile, do outro, os manifestantes se concentravam. O Grito dos Excluídos, que tradicionalmente faz atos em diversas cidades no Dia da Independência, desceu a Esplanada logo após o fim desfile. “Falamos da necessidade de promover reformas estruturais na sociedade como a agrária, a urbana e uma reforma ampla do sistema político que aumente os mecanismos de participação popular como plebiscitos e referendos”, disse o coordenador Fábio dos Santos Miranda. O coordenador estima em 800 o número de participantes. A Polícia Militar não tem estimativa de participantes do Grito dos Excluídos.
Um grupo a favor da presidenta Dilma se reuniu em frente à Catedral de Brasília com bandeiras do PT, do Brasil e com faixas de apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com o término do desfile, eles percorreram os dois sentidos da Esplanada. “A pátria tem que ter a governabilidade em primeiro lugar, mesmo que haja divergência em alguns pontos”, destacou Fred Vasconcelos, da Central de Movimentos Populares. A estimativa dos organizadores e da Polícia Militar é que 200 pessoas tenham participado da manifestação pró-Dilma.
Movimentos pelo fim da corrupção também marcaram presença. Eles criticaram o governo e inflaram dois bonecos gigantes da presidenta Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Diversas organizações como o Movimento Brasil Contra a Corrupção, o Movimento Limpa Brasil e o Movimento Brasil convocaram a população para participar da manifestação. “Pregamos o combate à corrupção em todos os níveis de governo, seja de que partido for. Queremos um Brasil melhor para nossos filhos netos”, disse o coordenador do Movimento Brasil Contra a Corrupção, Aldo Ferreira. Parte dos manifestantes desceu a Esplanada dos Ministérios após o fim do desfile. A estimativa da Polícia Militar é que mil pessoas tenham participado da manifestação. Para os organizadores, 15 mil pessoas estiveram nos protestos.
Nos carros de som, representantes dos movimentos contra o governo criticaram o uso de tapumes de alumínio que cercaram as arquibancadas. A Secretaria de Imprensa da Presidência informou que a estrutura usada este ano é a mesma adotada desde 2013 e a extensão dos tapumes segue a mesma metragem dos dois anos anteriores. Após o encerramento do desfile, um grupo de manifestantes derrubou uma parte do tapume e a polícia usou gás de pimenta para dispersá-los. Com informações da Agência Brasil.