© Reuters
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, afirmou nesta terça-feira (24) que os Jogos Olímpicos de Tóquio serão adiados para 2021. Ele conversou com o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, que teria concordado com a decisão provocada pela pandemia do coronavírus.
PUB
Essa é a primeira vez que uma edição dos Jogos é adiada. Outras três foram canceladas (1916, 1940 e 1944), em razão das Guerras Mundiais. Pelo que havia sido estabelecido inicialmente, as competições teriam início em 22 de julho (com a cerimônia de abertura no dia 24) e se estenderiam até 9 de agosto, data prevista do encerramento.
Veja também: Uefa adia finas da Liga dos Campeões e da Liga Europa
Desde que a OMS (Organização Mundial de Saúde) passou a tratar como "pandemia" o surto de coronavírus, em 11 de março, eventos esportivos de todo o planeta vinham sendo paralisados. As principais competições do mundo foram interrompidas, sem prazo concreto para o retorno.
Havia alguma resistência, no entanto, por parte do COI, que até meados de março não via pressa para "decisões drásticas". A entidade presidida pelo alemão Thomas Bach mantinha a esperança de que a situação pudesse ser normalizada a tempo de a programação ser sustentada, algo que não se concretizou.
No dia 22 de março, o comitê admitiu pela primeira vez a possibilidade de adiamento e estabeleceu um prazo de quatro semanas para uma definição sobre o tema.Além de toda a preocupação em relação à transmissão da doença Covid-19, havia muitas dúvidas sobre a preparação dos atletas e até sobre a classificação deles à Olimpíada.
Estão abertas ainda muitas vagas nos Jogos de Tóquio, cujas definições sairiam em torneios seletivos ainda não realizados.De acordo com o COI, estão preenchidas 57% das vagas até agora. As outras 43% permanecem indefinidas e poderão ter seus critérios alterados nos próximos meses.
Uma possibilidade ventilada antes da decisão sobre o adiamento foi utilizar rankings mundiais e resultados de competições finalizadas, como os Jogos Pan-Americanos.Mesmo os esportistas que já têm classificação assegurada se viam em situação complicada, com limitações nos treinamentos.A nadadora espanhola Mireia Belmonte, ouro nos Jogos de 2016, sem acesso às piscinas de seu país, afirmou que não seria possível "fazer um papel digno" caso o calendário inicial fosse mantido.
No Brasil, o nadador Bruno Fratus também fez duras críticas enquanto o comitê sustentava a manutenção da data original dos Jogos.Ao longo das últimas semanas, cada vez mais atletas e entidades, por exemplo os comitês olímpico e paraolímpico do Brasil, passaram a se posicionar pelo adiamento, que acabou sendo confirmado.