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Donald Trump afirmou nesta terça-feira que quer que a economia americana seja "reaberta" até o domingo de Páscoa, ou seja, até 12 de abril, em menos de três semanas. Esta indicação, numa altura em que os números confirmados de infecção estão acelerados nos Estados Unidos, vai contra todas as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) dadas até ao momento.
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Numa entrevista concedida à Fox News via videoconferência a partir da Casa Branca, o presidente reforçou afirmações que já havia feito na segunda-feira e que colidem com as orientações seguidas em todos os outros países afetados. "Vamos reabrir este país incrível porque temos que o fazer. Adoraria poder fazer isso até à Páscoa", disse.
Nesta terça-feira o líder republicano tinha recorrido ao Twitter para manifestar opinião nesse sentido. "Os nossos cidadãos vão voltar ao trabalho. Vão praticar o distanciamento social e os idosos serão vigiados com atenção e amor. Podemos fazer as duas coisas ao mesmo tempo. A cura não pode ser pior do que o problema", escreveu.
Our people want to return to work. They will practice Social Distancing and all else, and Seniors will be watched over protectively & lovingly. We can do two things together. THE CURE CANNOT BE WORSE (by far) THAN THE PROBLEM! Congress MUST ACT NOW. We will come back strong!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) March 24, 2020
A Casa Branca anunciou que está analisando formas de facilitar as orientações de distanciamento social que tiraram os trabalhadores dos seus postos, encerraram escolas e estão provocando uma desaceleração generalizada da economia.
Trump lembrou que também milhares de pessoas morrem de gripe sazonal ou em acidentes automóveis, reiterando a necessidade de impedir que a economia entre em colapso.
O mais recente balanço sobre a situação nos EUA, divulgado na madrugada de hoje pela OMS, mostra que o número de pessoas infectadas e de morte com covid-19 duplicou nas últimas 24 horas, elevando o número total para 31.573 casos positivos e 402 vítimas mortais.
"Estamos assistindo a uma disseminação muito rápida de casos nos EUA", disse hoje Margaret Harris, porta-voz da OMS, numa coletiva de Imprensa, em Genebra, no mesmo dia em que as autoridades americanas revelaram que Nova York está vendo o número de casos confirmados duplicar a cada três dias.