Governo 'corta vento', dizem analistas

A medida com maior potencial para fazer a diferença é a volta da CPMF, imposto sobre movimentação financeira

© Agência Brasil

Economia Ajuste Fiscal 16/09/15 POR Notícias Ao Minuto

Depois de se debruçarem sobre as novas medidas do ajuste fiscal, anunciadas na segunda-feira, 14, a primeira impressão dos economistas não é animadora. "Inconsistente" e "incerto" são adjetivos utilizados para definir o pacote divulgado pelos ministros Joaquim Levy, da Fazenda, e Nelson Barbosa, do Planejamento. O pior, na opinião da maioria: o conjunto não afasta o risco de num novo rebaixamento da nota de crédito do Brasil - que foi, afinal, o temor que motivou o anúncio.

PUB

A medida com maior potencial para fazer a diferença é a volta da CPMF, imposto sobre movimentação financeira. "Mas precisamos ter em mente que a volta da CPMF é incerta", diz Mansueto Almeida, especialista em contas públicas.

Mansueto lembra que é uma incógnita não apenas a reação do Congresso, mas a dos setor empresarial, que já se posicionou contra a alta de carga tributária. Também não há como antecipar a reação dos governadores. "O governo anunciou que a CPMF volta com alíquota de 0,2%, mas o que vai ficar para os governos estaduais que estão desesperados para fazer caixa? Tudo indica que seria necessário que os governadores brigassem por uma fatia maior, talvez, 0,18%, o que nos traria de volta toda a CPMF, de 0,38% - há espaço para isso?", diz ele.

Pouco se avançou no que mais interessava: o governo se mostrar disposto a fazer o dever de casa. "Outra vez, faltou um sinal forte do lado do corte de gastos", diz Raul Velloso, especialista em finanças públicas. Para Velloso está claro que os ministros não tiveram autonomia para fazer os cortes. "Eles reuniram um montão de coisas para dar um cheirinho de ajuste sobre os gastos", diz Velloso.

Na definição do economista, "cortaram vento". "Uma das medidas de maior impacto do lado do certo de gastos é a não concessão de reajuste salarial para o funcionalismo no ano que vem, que algo que nem precisava estar lá porque é uma promessa, um gasto futuro", diz.

Economistas do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (IBRE/FGV) concordam em boa medida. Em uma análise preliminar, os pesquisadores José Roberto Afonso e Vilma Pinto indicam que parte das medidas não pode ser considerada corte e outras são cortes contraditórios, porque tendem a criar despesas futuras. São economias "inconsistentes". "Pagar despesas do Minha Casa, Minha Vida com o FGTS, como foi proposto, não é corte: é transferência de gasto", disse Vilma. "Eliminar o abono para funcionários da ativa, que poderiam estar aposentados, levará a aposentadorias em massa - no médio prazo, exigirá concursos para repor pessoal e, ao mesmo tempo, sobrecarregar a Previdência."

Todos lamentam uma grande ausência: a de uma proposta efetiva de reforma estrutural que alivie o peso dos gastos no médio e longo prazo. "Não é que não avançamos, nós pioramos após o anúncio: é a segunda vez que perdemos a oportunidade de mudar de fato o que importa", diz o economista Paulo Rabello de Castro, sócio fundador da RC Consultores. Com informações do Estadão Conteúdo.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

mundo Uganda Há 23 Horas

Raio cai em igreja e mata 14 pessoas durante culto em Uganda

mundo Estados Unidos Há 6 Horas

Kamala e Trump travam o que pode ser o embate mais acirrado da história dos EUA

politica Justiça Há 6 Horas

Moraes manda Fátima de Tubarão cumprir pena por atos de 8 de janeiro

mundo Líbano Há 6 Horas

Bebê brasileira de 1 ano de idade é morta em bombardeio de Israel

fama Hobbies Há 23 Horas

Famosos que pularam de bungee jump e fizeram outras loucuras radicais!

fama Luto Há 21 Horas

Bailarina de Claudia Leitte teve parada cardíaca em ensaio

fama Estados Unidos Há 7 Horas

Rihanna encoraja americanos a irem às urnas: 'Votem, porque eu não posso'

lifestyle Alimentação Há 5 Horas

Cuidado com as aparências: estes alimentos estão te fazendo engordar

fama Política Há 4 Horas

Jojo Todynho se revolta com boicote por ser de direita: 'Sou o que quiser'

fama Luto Há 16 Horas

Agnaldo Rayol construiu legado entre a música, a televisão e o cinema