Maioria dos americanos afirma que renda diminuiu com pandemia

Nesta quinta-feira (9), os EUA já registravam mais de 451 mil casos e 16 mil mortes

© Reuters

Economia EUA-ECONOMIA 10/04/20 POR Folhapress

WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) - A maior parte dos americanos já diz que a pandemia do coronavírus diminui sua renda familiar, indicando que a crise econômica nos EUA deve atingir as diversas camadas sociais do país.

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Segundo pesquisa da Fundação Peter G. Peterson em parceria com o jornal Financial Times, 73% dos americanos relataram piora da saúde financeira de suas famílias durante a crise, enquanto 48% dizem que não teriam nenhuma renda caso precisassem parar de trabalhar por causa de doenças.

Veja também: Crise da Covid-19 provocará mudanças estruturais na economia, diz FMI

Os números mostram impacto distribuído desde famílias que ganham mais de US$ 100 mil por ano até as que ganham menos de US$ 50 mil anuais.No primeiro grupo, 71% relatam abalo na renda, sendo que 19% dizem que isso aconteceu de maneira muito significativa.

Entre os mais pobres, 74% afirmam que sentiram a queda -29% alegando que a baixa se deu de maneira bastante significativa.O estudo também abarcou as famílias no meio do caminho, que ganham de US$ 50 mil a US$ 100 mil por ano. Nesse grupo, 72% afirmam que houve redução de suas rendas, 20% de forma muito significativa.

Os números dos EUA espelham as expectativa no Brasil. De acordo com pesquisa feita pelo Datafolha na semana passada, 69% dos brasileiros preveem que seus rendimentos diminuirão nos próximos três meses, e somente 30% acham que isso não vai acontecer.

Assim como entre os americanos, no Brasil a preocupação é maior entre os mais pobres, mas parece ter alcançado rapidamente grupos que se sentiam mais protegidos da crise.

Nos EUA, à medida que as consequências econômicas da pandemia ficaram mais evidentes, os mais pobres passaram a relatar situações alarmantes -53% dos americanos com renda menor que US$ 50 mil ao ano, por exemplo, afirmam que não teriam nenhuma renda caso precisassem parar de trabalhar.

Os EUA têm registrado recordes de pedidos de seguro-desemprego desde o início da pandemia. Já são mais de 16 milhões de pessoas que requisitaram o benefício em três semanas, devido ao fechamento de diversas empresas, demissões ou redução de carga horária de trabalho.O governo Donald Trump já lançou mão de um pacote de ajuda fiscal de emergência -o maior da história do país- no valor de US$ 2,2 trilhões, que conta com pagamento direto de dinheiro aos americanos.

Serão US$ 1,2 mil aos cidadão com renda anual de até US$ 75 mil, e US$ 500 adicionais por criança. Quem estiver acima desse valor mas abaixo de US$ 99 mil anuais receberá montante proporcional da ajuda.

O pagamento será feito de uma única vez -e não em parcelas, como havia sido inicialmente estudado pela Casa Branca- e será isento de impostos. A quantia também não será considerada um empréstimo, ou seja, os americanos não precisam devolver esse dinheiro.

A tentativa do governo é estancar parte dos danos que atingem a economia com a pandemia, mas as projeções de analistas e mesmo de auxiliares de Trump é que haverá uma desaceleração geral e um aumento significativo nas taxas de desemprego, que estavam em patamar historicamente baixo, de 3,5%, antes do início da crise.

Em fevereiro, a mesma pesquisa mostrava que apenas 13% dos americanos diziam que a pandemia havia afetado suas atividades pessoais e de negócios, número que saltou para 71% em março.Hoje, 95% dos americanos estão sob alguma ordem de restrição social, em medidas que devem durar no país pelo menos até dia 30 de abril.

Nesta quinta-feira (9), os EUA já registravam mais de 451 mil casos e 16 mil mortes.

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