Novo estudo diz que a hidroxicloroquina não ajuda com Covid-19

O medicamento apresentado por Trump como uma solução imediata para conter os efeitos do novo coronavírus em pacientes com situação clínica grave, não é eficaz

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Lifestyle Covid-19 18/04/20 POR Notícias Ao Minuto

A hidroxicloroquina, tradicionalmente usada para tratar a malária e doenças autoimunes como a artrite reumatóide, foi o medicamento apresentado pelo presidente norte-americano Donald Trump como uma solução imediata para conter os efeitos do novo coronavírus em pacientes com situação clínica grave.

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Porém, de acordo com um novo estudo citado pela CNN, este medicamento não só não ajudou os pacientes hospitalizados com a Covid-19, como foi associado a complicações cardíacas. 

"Isto fornece evidências de que a hidroxicloroquina não trata pacientes com Covid 19", disse Paul Offit, especialista em doenças infecciosas do Hospital Infantil da Filadélfia. "Pior ainda, verificam-se efeitos colaterais", salienta à CNN.

No estudo francês, os médicos analisaram os prontuários de 181 pacientes com Covid-19 que tinham pneumonia e exigiam oxigênio suplementar. Cerca de metade havia tomado hidroxicloroquina nas 48 horas seguintes à admissão no hospital, e a outra metade não.

Os médicos acompanharam os pacientes e não verificaram uma diferença estatisticamente significante nas taxas de mortalidade dos dois grupos ou na probabilidade de serem admitidos nos cuidados intensivos.

O estudo também levantou importantes preocupações sobre segurança da hidroxicloroquina. Oito dos pacientes que tomaram o medicamento desenvolveram ritmos cardíacos anormais e tiveram que parar de tomá-lo. Ritmos cardíacos anormais são um efeito colateral conhecido da hidroxicloroquina.

Entre os 84 pacientes que tomaram hidroxicloroquina, 20,2% foram admitidos nos cuidados intensivos ou morreram dentro de sete dias após o uso do medicamento. Entre os 97 pacientes que não tomaram o medicamento, 22,1% foram para os cuidados intensivos ou acabaram por morrer. Como vemos, a diferença não é significativa.

O estudo foi publicado terça-feira no medRxiv.org, um servidor de 'pré-publicação' fundado pela Universidade de Yale, pela revista BMJ e pelo Cold Spring Harbor Laboratory. Os estudos publicados neste site não foram revistos por pares.

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