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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Dados divulgados pelo Ministério da Saúde nesta segunda-feira (27) apontam que há casos de mortes pelo novo coronavírus que demoram até um mês para terem a investigação concluída e entrarem nos registros.
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Segundo a pasta, entre as mortes confirmadas nas últimas 24h, há vários casos recentes, cuja data do óbito ocorreu nos últimos três dias, por exemplo. Ao mesmo tempo, há casos mais antigos, como de 23 de março, há mais de um mês.
Os números completos com a distribuição por data não foram informados. Gráficos divulgados pelo ministério mostram que, embora parcela expressiva das confirmações seja da última semana, há registros que levam vários dias para serem inseridos nas estatísticas.
Nesta segunda, foram confirmadas 338 mortes -com isso, o total de óbitos registrado no país chegou a 4.543.
"Uma questão que sempre vem a tona e que estamos tentando mostrar, por orientação do ministro, é esses óbitos estão sendo encerrados. São óbitos que ocorreram em momentos distintos e que concluíram as investigações. Não quer dizer que todos os 338 óbitos ocorreram no mesmo momento de ontem para hoje", disse o secretário de vigilância em saúde, Wanderson Oliveira, ao apresentar os dados.
Segundo ele, os dados atuais mostram que 86% das mortes já tiveram a investigação concluída. Dados informados pela pasta apontam 1.136 óbitos ainda em investigação.
O atraso na confirmação de mortes e a possibilidade de subnotificação têm sido alvo de críticas.
Boletim epidemiológico divulgado nesta segunda pela pasta, porém, afirma que o sistema usado para registro de mortes hoje é "robusto" e há "baixa subnotificação".
Por outro lado, diz que estados e municípios "estão sendo orientados a priorizar a inserção de óbitos com suspeita ou confirmação de Covid-19 no sistema, de modo a agilizar o processo de investigação desses óbitos."
Segundo o ministério, análise do total de mortes registradas em sistema da pasta em relação ao total em cartórios aponta uma diferença de 257 mortes a mais nestes locais.
A pasta diz, porém, que há uma variação entre estados –do total de estados, 19 têm mais registros no sistema do ministério do que nos cartórios. Por outro lado, no Rio de Janeiro e São Paulo, há mais óbitos registrados pelos cartórios do que nos sistemas do ministério.
Para Oliveira, os números mostram que os sistemas do ministério e cartórios atualmente estão "muito próximos".
Ele afirma, porém, que outras medidas vão ser implementadas para aumentar a exatidão dos números."Possivelmente nós temos dados que ainda precisam ser alimentados e para isso nós estamos, nesta semana, articulando com estados e municípios para que façam a transferência dos registros do sistema de informação de mortalidade diariamente. Isso acontecia por semana", afirmou.