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BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Ao traçar um cenário pós-pandemia do novo coronavírus, o secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, afirmou nesta terça-feira (5) que o país terá aumento da pobreza, do desemprego e do número de falências de empresas.
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Em videoconferência com o mercado financeiro, o secretário afirmou que o país precisará aumentar sua rede de proteção social e melhorar políticas de emprego e recuperação de empresas.
Para Sachsida, o Brasil terá de "voltar urgentemente à agenda pró-mercado" para sair da crise. O modelo, segundo ele, vinha produzindo bons resultados até o início da pandemia.
"Temos que melhorar nossa rede de proteção social. Infelizmente, vamos ter aumento da pobreza", disse. "Vamos precisar de políticas de emprego mais adequadas. Sendo bem transparente, o desemprego vai dar um salto no Brasil, infelizmente".
O secretário apontou ainda a necessidade de tornar mais eficiente a concessão de crédito no país. Ele também incluiu como prioridade a aprovação de um novo marco regulatório para empresas em dificuldades financeiras.
"Precisaremos de legislação mais eficiente no que tange a falência de empresas, porque o número de falências vai ser alto", afirmou.
No ano passado, avançou no Congresso um projeto que reformula as regras para empresas em recuperação judicial ou processo de falência. Por falta de acordo, a proposta acabou travada.
Na avaliação de Sachsida, é preciso agilizar o processo de transferência de capital de uma empresa falida para outra companhia. "Se a gente ficar dez anos para mudar o capital de uma empresa quebrada, estamos lascados", disse.
Após a pandemia, o secretário defende a retomada da agenda econômica comandada pelo ministro Paulo Guedes (Economia), com reformas, privatizações e abertura da economia.