Distância entre atletas não é segura para evitar contágio, diz estudo

A distância de 1,5 metro e 2 metros, adotada pela maioria dos países, inclusive pelo Brasil, não seria suficiente para que um indivíduo, ao correr ou caminhar, impeça de se contaminar

© Shutterstock

Lifestyle Covid-19 11/05/20 POR Estadao Conteudo

Cientistas da Universidade de Tecnologia de Eindhouven, na Holanda, e da Universidade Católica de Lovaina, na Bélgica, publicaram um estudo, ainda em fase experimental, que abre um debate em relação a recomendação de autoridades sanitárias sobre o distanciamento entre pessoas durante a realização de corridas e caminhadas. O Estado ouviu alguns especialistas para discutir o assunto.

PUB

De acordo com a publicação, a distância de 1,5 metro e 2 metros, adotada pela maioria dos países, inclusive pelo Brasil, não seria suficiente para que um indivíduo, ao correr ou caminhar, impeça de se contaminar por microgotículas que contenham o vírus, já que o mesmo, ao longo dessas atividades, poderia se dispersar em um raio de até 10 metros.

Veja também: Sangue masculino tem mais enzima que leva a covid-19 infectar células

Médicos consultados pela reportagem acreditam que a publicação do estudo abre um debate importante sobre algo diretamente ligado à propagação do vírus. Segundo o João Paulo de Santanna Pinto, médico especializado em Medicina do Esporte pelo Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, o artigo traz uma questão clara, porém recheada de incertezas.

"Não é possível colocar como regra, que basta a pessoa ficar a cinco metros de distância da outra, andando, e a 10 metros de distância da outra, correndo, que não irá se infectar, pois esses números não levaram em consideração a direção do vento, interferência da umidade do ar e da temperatura, por exemplo. O que podemos dizer, com certeza, partindo do princípio que a metodologia está correta, é que, para pessoas andando ou correndo, a orientação do distanciamento de 1,5 metro não é suficiente para evitar a contaminação", explicou João Paulo.

Fábio Gaudenzi, médico infectologista, membro do Conselho Deliberativo da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), segue a mesma linha de raciocínio de João Paulo, e afirma que ainda é preciso mais evidências para comprovar a veracidade da teoria, que serve, por enquanto, de alerta.

"As autoridades sanitárias devem repensar a orientação de distanciamento, a partir do momento em que o estudo for comprovado. Contudo, existe uma plausibilidade biológica que já estimava que, através do aumento da frequência respiratória durante a prática do exercício, um indivíduo poderia dispersar gotículas infectadas com maiores chances de transmissão", disse.

"Esse artigo serve como um alerta inicial para que as pessoas comecem a tomar medidas de distanciamento maiores, até que exista evidências necessárias que comprovam ou refutam este estudo", afirmou Gaudenzi.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

fama Harry e Meghan Markle Há 16 Horas

Harry e Meghan Markle deram início ao divórcio? O que se sabe até agora

economia Carrefour Há 22 Horas

Se não serve ao francês, não vai servir aos brasileiros, diz Fávaro, sobre decisão do Carrefour

economia LEILÃO-RECEITA Há 22 Horas

Leilão da Receita tem iPhones 14 Pro Max por R$ 800 e lote com R$ 2 milhões em relógios

politica Investigação Há 16 Horas

Bolsonaro liderou, e Braga Netto foi principal arquiteto do golpe, diz PF

esporte Redes Sociais Há 16 Horas

Neymar rebate declaração de Rodri sobre Vini Jr: 'Virou falador'

mundo País de Gales Há 23 Horas

Jovem milionário mata o melhor amigo em ataque planejado no Reino Unido

fama Vídeo Há 16 Horas

DiCaprio é acusado de 'comportamento desrespeitoso' em hotel

fama Documentário Há 16 Horas

Diagnosticado com demência, filme conta a história Maurício Kubrusly

brasil Brasil Há 22 Horas

Consumo de produtos ultraprocessados causa 6 mortes por hora no país

fama Richard Gere Há 23 Horas

Richard Gere fala de nova vida na Espanha: "Estou na melhor fase"