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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A cotação do dólar comercial fechou o pregão desta segunda-feira (11) em alta de 1,28%, a R$ 5,8180, próximo do recorde nominal (sem contar a inflação) alcançado na última quinta (7), de R$ 5,8360.
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Investidores aguardam a divulgação da ata do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) na terça (12) para mais detalhes sobre a decisão na semana passada de cortar a Selic para 3% ao ano e sinalizar mais afrouxamento.
Nesta segunda, a pesquisa Focus indica uma deterioração nas projeções econômicas. O mercado voltou a reduzir a expectativa para a taxa básica de juros neste ano para 2,50%, ante taxa de 2,75% esperada antes.
Para 2021, a expectativa passou a ser de uma taxa básica de juros de 3,50% no fim do ano, contra 3,75% antes.
Em meio às consequências das paralisações e restrições provocadas pelo surto de coronavírus, a pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou que a projeção agora é de que o PIB (Produto Interno Bruto) encolha 4,11% em 2020, de uma queda de 3,76% prevista antes. O prognóstico de recuperação em 2021 permanece sendo de um aumento de 3,20% do PIB.
A expectativa para a alta do IPCA neste ano agora é de 1,76%, 0,21 ponto percentual a menos do que na semana anterior e bem abaixo do piso da meta, de 4%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
Para 2021, a projeção do mercado é de uma inflação de 3,25%, contra 3,30% calculado antes.
Diante do cenário de juros e inflação mais baixos e aumento na retração econômica, o real foi a moeda que mais perdeu valor na sessão.
Com o juro baixo, investimento estrangeiro, em dólares, sai da renda-fixa brasileira, já que o carry trade -prática de investimento em que o ganho está na diferença do câmbio e do juros- fica menos vantajoso.
No carry trade, o investidor toma dinheiro a uma taxa de juros menor em um país, para aplicá-lo em outro, com outra moeda, onde o juro é maior. Com a Selic 3% e perspectiva que caia mais, a prática perde atratividade, o que contribui com uma fuga de dólares do país, elevando assim sua cotação.
O Ibovespa teve queda de 1,49%, a 79.064 pontos, em linha com desempenho negativo do minério de ferro e petróleo no mercado internacional com o temor de investidores com a possibilidade de uma segunda onda de infecções por coronavírus.
O minério caiu 0,33%, US$ 89,04, e o óleo, cai 2,6%, a US$ 30,17, embora novos cortes de produção pela Arábia Saudita tenham amenizado temores quanto ao excesso de oferta e limitado as perdas. Nesta semana, a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) divulga o relatório mensal de estoques do petróleo.
Nos Estados Unidos, o índice Dow Jones caiu 0,45%. Já o índice S&P 500 reverteu as perdas com o anúncio de reabertura de partes do estado de Nova York, após a queda no número de mortes. Empresas de saúde e tecnologia também impulsionaram o índice, que fechou estável. Já a Bolsa de tecnologia Nasdaq subiu 0,8%.