© SPTrans / Elisa Rodrigues
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - No primeiro dia de vigência do megarrodízio de veículos na cidade de São Paulo, na segunda-feira (11), os ônibus que operam linhas municipais registraram um aumento de 270 mil passageiros, na comparação com a média de dias úteis da semana anterior.
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É como se praticamente toda a população de Barueri, na Grande São Paulo, que tem 274 mil habitantes, segundo estimativa do IBGE, tivesse embarcado em ônibus urbanos na capital paulista em um só dia.
A SPTrans, que gerencia o transporte público por ônibus na capital, diz que, antes da pandemia do novo coronavírus, a demanda média era de 9 milhões de embarques a cada dia útil.
Na semana passada, antes do início do megarrodízio, a demanda de usuários do transporte público municipal era de 31% na comparação com o período pré-quarentena.
Já nesta semana, o percentual passou para 37%. Em números absolutos, a demanda subiu de 2,790 milhões para 3,330 milhões, ou seja, crescimento de 19,35%.
A CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), a EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) e o Metrô foram procurados para informar sobre a situação em seus sistemas, mas não responderam até a conclusão desta reportagem.
Com o megarrodízio implantado na segunda pela gestão Bruno Covas (PSDB), veículos com placas final par só podem circular em dias pares. Os com placas final ímpar, estão liberados para rodar em dias ímpares. Isso, segundo Covas aumentaria a restrição de circulação de 20% para 50%.
A ideia é aumentar o isolamento social e dificultar a contaminação pelo novo coronavírus. Entretanto, o índice que mede o isolamento no primeiro dia do rodízio foi de 49%, quando o número considerado ideal é de 70%.
O rodízio é válido para todos os dias da semana, inclusive sábados e domingos, e as restrições para circulação são válidas para toda a cidade, não apenas para o centro expandido, como antes.
Além disso, o horário de proibição para andar com o carro também aumentou. As restrições à circulação são válidas durante todo o dia, entre a 0h e às 23h59.
O infectologista Cláudio Gonçalez afirma que no transporte público existe maior chance contaminação pelo coronavírus pela possibilidade de aglomeração de pessoas.
"[O megarrodízio] é uma medida pensada para as pessoas não saírem, pois muita gente sai sem necessidade. Mas é preciso analisar a demanda de quem vai trabalhar. Nestes casos, o carro realmente é mais seguro", afirma o médico.
Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), o índice de congestionamento na capital nesta terça (12) foi de 2 km, entre 8h e 8h30, enquanto na semana passada, foi de 10 km, às 10h.
Na terça passada (5), o rodízio estava suspenso, mas a gestão Covas havia implantado bloqueios em ruas e avenidas, o que provocou engarrafamentos na cidade. Ela desistiu da medida no dia seguinte.
No primeiro dia da volta do rodízio, na segunda, a CET apontou 1 km de congestionamento, também entre 8h e 9h.
Em relação ao índice de lentidão, nesta terça, foi registrado pico de 7 km, às 8h. Bem abaixo dos 19 km registrados no mesmo horário da terça passada.