Shoppings têm menos inaugurações que o previsto no país

No começo do ano, a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) projetava abertura de 26 empreendimentos em 2015, mas o número foi revisado para 18 novos shoppings, o que corresponde a uma queda de 30,8%

© Pixabay

Economia Cautela 13/10/15 POR Estadao Conteudo

O cenário de baixa confiança dos consumidores e de taxas de juros elevadas tem aumentado a cautela de administradores de shopping centers e varejistas em relação a novos empreendimentos e planos de expansão. Cerca de 30% das inaugurações de shoppings previstas para 2015 foram adiadas, principalmente, para 2016. No entanto, executivos ouvidos pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, acreditam que a crise atual pode ter um reflexo mais forte em empreendimentos que estão sendo planejados e seriam inaugurados a partir de 2018.

PUB

No começo do ano, a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) projetava abertura de 26 empreendimentos em 2015, mas o número foi revisado para 18 novos shoppings, o que corresponde a uma queda de 30,8%. Do total de unidades previstas, dez já estão em funcionamento.

Vale notar que, mesmo se todos os empreendimentos previstos para 2015 se concretizarem, o total ainda é mais baixo do que o número do ano passado, quando foram abertas 25 unidades ante uma projeção inicial de 43.

De acordo com o presidente da Abrasce, Glauco Humai, a revisão nas inaugurações é natural e está próxima da média dos últimos anos. "É claro que a situação atual coloca todo mundo em risco. Quem pode segurar um projeto freia um pouco. Mas isso não significa que esses oito projetos de 2015 deixaram de ser inaugurados porque o investidor tirou o pé. É prematuro dizer que projetos de 2015 e 2016 já estão sendo afetados pela crise", afirmou o executivo. Entre os motivos para o adiamento, Humai citou a demora para se conseguir licenciamentos e dificuldades nas obras.

"Acho que 18 é um bom número para um ano conturbado. Já no ano que vem, devemos ter mais de 30 shoppings. Seguimos uma dinâmica natural. A crise atual deve impactar inaugurações para 2018 e 2019, pois esses empreendimentos estão sendo planejados agora. O investidor pode olhar a situação atual e repensar um projeto com inauguração daqui três ou quatro anos", afirmou o executivo. De acordo com a Abrasce, estão previstas 36 inaugurações em 2016.

O presidente da entidade ressaltou ainda que o ciclo de um projeto no setor é longo e, por isso, atrasos acabam sendo naturais. No entanto, o executivo alertou que, se a atual crise se prolongar, o número de inaugurações pode ser afetado daqui alguns anos. "Se não encontrarmos uma saída para o momento do País, os projetos para 2018 e 2019 podem ser muito reduzidos. Mas, se conseguirmos atravessar esse momento difícil em 2015 e tivermos mais clareza em 2016 sobre cenário político e econômico, os investidores podem continuar a fazer seus projetos, mantendo um crescimento em número de shoppings", afirmou.

Além da baixa confiança do consumidor e outras dificuldades macroeconômicas, como desemprego e inflação, o aumento do custo da dívida é mais um motivo para a cautela no setor. De acordo com o analista Marcelo Motta, do JPMorgan, as empresas de shoppings têm evitado assumir dívidas para a execução de novos projetos, por conta dos juros elevados e o consequente riscos para seus balanços. "Por conta do aumento de custo de dívida, frente aos juros elevados, muitos empreendedores não se sentem confortáveis para seguir em frente com expansões e lançamentos. Há uma espera para ter mais clareza sobre a demanda e a economia antes de lançar ou continuar um projeto", afirmou o analista.

A cautela com novos empreendimentos também é observada entre os lojistas. Para o presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), Nabil Sahyoun, os lojistas estão com menos apetite por novos empreendimentos, o que pode contribuir para uma demora maior até a inauguração. "Se a comercialização não estiver tão bem, pode haver atrasos para se ter o menor prejuízo possível. Numa inauguração com ocupação de 20% a 30% de lojistas, o prejuízo é muito maior, porque a imagem do empreendimento é enfraquecida e para recuperar essa imagem é muito pior", afirmou o executivo.

Ele lembrou, no entanto, que o processo de construção é "irreversível" e postergar uma abertura também incide em custos para as empresas. "Quando as obras começam, elas precisam ser entregues mais dia ou menos dia, caso contrário o custo fica muito alto", acrescentou.

Nabil Sahyoun ressaltou que o mercado está se adequando às novas condições. Para ele, shoppings e varejistas continuam em busca de oportunidades, o que pode acelerar o processo de ajuste. "Há bastante resistência sobre novos empreendimentos, no sentido de esperar que o cenário melhore para desengavetar os projetos. Os próximos dois anos vão ser de muita luta e readaptação ao cenário vigente", afirmou o executivo. Com informações do Estadão Conteúdo.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

politica Polícia Federal Há 15 Horas

Bolsonaro pode ser preso por plano de golpe? Entenda

fama Harry e Meghan Markle Há 6 Horas

Harry e Meghan Markle deram início ao divórcio? O que se sabe até agora

fama MAIDÊ-MAHL Há 15 Horas

Polícia encerra inquérito sobre Maidê Mahl; atriz continua internada

justica Itaúna Há 15 Horas

Homem branco oferece R$ 10 para agredir homem negro com cintadas em MG

economia Carrefour Há 13 Horas

Se não serve ao francês, não vai servir aos brasileiros, diz Fávaro, sobre decisão do Carrefour

economia LEILÃO-RECEITA Há 12 Horas

Leilão da Receita tem iPhones 14 Pro Max por R$ 800 e lote com R$ 2 milhões em relógios

brasil São Paulo Há 15 Horas

Menina de 6 anos é atropelada e arrastada por carro em SP; condutor fugiu

esporte Indefinição Há 15 Horas

Qual será o próximo destino de Neymar?

fama Documentário Há 7 Horas

Diagnosticado com demência, filme conta a história Maurício Kubrusly

fama LUAN-SANTANA Há 15 Horas

Luan Santana e Jade Magalhães revelam nome da filha e planejam casamento