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A Porcão Rio’s parece ser o último sopro de vida da rede de churrascarias Porcão. Após o fechamento das unidades da Barra da Tijuca e de Ipanema, além das gourmet, o restaurante do Aterro do Flamengo, na Zona Sul do Rio, tem funcionado à base de gerador de energia e caminhão-pipa, após os fornecimentos de luz e água terem sido cortados, revela o Extra.
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De acordo com funcionários da casa, que preferiram não se identificar, as concessionárias interromperam os serviços por falta de pagamento. Procurada, a Light confirmou que a energia da Porcão Rio’s foi cortada por inadimplência, na quarta-feira passada. A concessionária não informou o montante da dívida, mas afirmou que há “várias contas” não pagas. A Cedae não quis comentar o assunto.
Segundo um garçom, que preferiu não se identificar, os cerca de 80 funcionários da churrascaria não receberam os salários de maio e setembro:
— E a gorjeta já vai para a quarta semana de atraso. Eles (proprietários) usam o dinheiro da nossa comissão para outros fins. O plano de saúde foi cancelado porque eles não pagam (à operadora). Tem sido uma luta para todo mundo. Tenho que pagar um plano de saúde à parte, porque o meu não serve. Temos aluguel para pagar e filhos para sustentar. E eles não fazem nada, não dizem nada.
No mesmo dia do corte do fornecimento de energia, o Extra conta que recebeu um vídeo feito por um dos funcionários, que mostra o restaurante às escuras, com clientes dentro. De acordo com o empregado, o gerador tinha parado de funcionar.
O presidente da Brazcarnes, empresa responsável pela gestão da rede de churrascarias Porcão, negou que a energia e a água tenham sido cortadas. Lucas Zancheta disse que a casa está passando por um “reposicionamento energético” e que compra água de caminhão-pipa para determinados fins.
— Em períodos em que a luz de fora é mais barata, usamos a luz de fora. Em períodos em que a luz de fora é mais cara, em horários de pico, usamos o nosso gerador, que é a diesel. E, há dois anos, usamos caminhões-pipa. Usamos o que é mais barato.
Em relação aos salários dos trabalhadores, Zancheta negou que estejam atrasados.
— Pagamos os funcionários sempre dentro do mês.
Para Antônio Anjo, presidente do Sindicato dos Garçons, Barmens e Maîtres do Rio (Sigabam), a churrascaria não tem mais condições de se recuperar financeiramente:
— Estão quebrados. Só falta fechar as portas. Já vínhamos orientando os trabalhadores a saírem da empresa. Não são só dívidas trabalhistas. São também com fornecedores, aluguel, luz, água.